Chuvas e câmbio travam negócios de trigo no Sul do país

As condições climáticas e a valorização do real frente ao dólar limitaram os negócios com trigo no Sul do Brasil nesta segunda-feira (20), segundo informações da TF Agroeconômica. O avanço das chuvas interrompeu novamente a colheita no Rio Grande do Sul, que havia atingido apenas 2% da área estimada pela Emater. Apesar da pausa, as análises das lavouras colhidas mostram excelente qualidade, com PH entre 76 e 81 e força de glúten (W) de 200 a 250.

O volume comercializado no estado já soma cerca de 440 mil toneladas, nível semelhante ao do ano passado. Com a queda do dólar, o preço de exportação recuou para R$ 1.165,00 por tonelada no Porto de Rio Grande, o que representa liquidez entre R$ 1.010,00 e R$ 1.015,00 no interior. Nos moinhos, não houve novos negócios, e os preços pagos aos produtores continuam em leve queda, entre R$ 59,00 e R$ 60,00 por saca em regiões como Santa Rosa e Panambi.

Em Santa Catarina, o mercado segue travado, sem registros de negociações para o trigo novo, mesmo com o início da colheita. Os preços de balcão recuaram na maioria das praças, variando entre R$ 61,00 e R$ 66,00 por saca. Já no Paraná, o cenário foi marcado pela forte queda do trigo argentino e do dólar, pressionando as cotações locais. As ofertas internas ficaram em torno de R$ 1.200 a R$ 1.250 por tonelada, enquanto o trigo importado do Paraguai e da Argentina também perdeu competitividade com o câmbio.

Com o preço médio pago ao produtor paranaense caindo 0,95% na semana, para R$ 64,32 por saca, o prejuízo médio subiu para 13,81%, segundo o Deral. A TF Agroeconômica reforça que o uso do mercado futuro segue sendo uma alternativa para mitigar perdas e garantir margens de lucro em períodos de baixa.