Biosoluções criam “integração do químico e biológico”
“A agricultura está vivenciando uma transformação"

A FMC lançou três novas tecnologias biológicas no mercado brasileiro: os bioinseticidas Perovar e Evedar e o biofungicida de solo Cablar. De acordo com a multinacional, os lançamentos fazem parte de uma estratégia de “de longo prazo com a inovação ao investir na combinação entre soluções químicas e biológicas”.
O inseticida biológico Evedar combina os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae em uma formulação classificada pela FMC como “inovadora”. De acordo com a fabricante, oferece um controle efetivo contra importantes pragas das lavouras brasileiras.
Na lista de insetos controlados pelo Evedar estão: bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis), mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B), ácaro-rajado (Tetranychus urticae), broca-do-café (Hypothenemus hampei), cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta), percevejo-marrom (Euchistos heros) e Tripes (Frankliniella occidentalis).
Já o bioinseticida Perovar, composto pelo fungo Metarhizium anisopliae isolado, é recomendado pela fabricante para aplicação em sulco. De acordo com a FMC, o produto biológico possui eficácia no controle de pragas como cigarrinha da cana-de-açúcar (Mahanarva fimbriolata) e percevejo-castanho (Scaptocoris castânea).
A multinacional aponta que o Perovar entrega “proteção efetiva e de amplo espectro, preservando a saúde do solo e favorecendo o equilíbrio biológico. Resistente a condições adversas e compatível com diversos manejos, Perovar é a solução resiliente que protege as plantas no momento mais crítico do desenvolvimento, entregando resultados superiores no campo”.
No portfólio de biofungicidas, a novidade é o Cablar, descrito como uma “força biológica que protege e regenera o solo”. A tecnologia é formulada com uma potente combinação de duas cepas de Trichoderma (Trichoderma harzianum URM 8119 e Trichoderma asperellum URM 8120) e Bacillus amyloliquefaciens CCT 7901, projetados para estabelecer a microbiota regenerativa e atuar contra doenças do solo e da planta.
“Essas soluções são altamente eficazes e sustentáveis, com um elevado shelf life sem necessidade de refrigeração, garantindo praticidade no armazenamento e no uso”, diz Leonardo Antolini, Gerente Regional de Marketing Estratégico Plant Health da FMC para o Brasil.
Ele ainda ressalta que o portfólio da FMC contribui para a sustentabilidade ao compromisso da companhia com a agricultura de baixo impacto ambiental. “Essas novas soluções fortalecerão ainda mais a produtividade e a saúde das lavouras de nossos parceiros, proporcionando um futuro mais seguro e rentável”.
Integração Químicos + Biológicos
“A agricultura está vivenciando uma transformação. Após décadas em que os defensivos químicos foram protagonistas no manejo agronômico, oferecendo resultados e controle certeiros aos produtores, o setor passa a incorporar uma abordagem mais integrada, que alia produtividade à saúde do solo, à biodiversidade e à sustentabilidade”, justifica a FMC.
Essa integração representa, explicam eles, uma mudança de paradigma: “Não se trata de substituir tecnologias, mas de potencializar resultados por meio da complementaridade. A união entre o rigor científico dos químicos e a inteligência natural dos biológicos fortalece a resiliência dos sistemas produtivos, amplia a eficácia do manejo e contribui para uma agricultura mais duradoura e alinhada às demandas ambientais e sociais do presente”.
Esse movimento ganha ainda mais relevância diante do crescimento expressivo do mercado de biológicos. Segundo dados da DunhamTrimmer – International Bio Intelligence, o mercado global de biológicos deve atingir USD 30 bilhões até 2030, com taxa de crescimento anual composta de 10,42%.
“Não há dúvida de que o Brasil tem sido o país de crescimento mais rápido na adoção e uso de produtos biológicos nos últimos 5 anos. Como resultado, quase todas as empresas colocam alta prioridade no mercado brasileiro. O tamanho da oportunidade de mercado e o desenvolvimento bem-sucedido de biológicos em culturas extensivas de grãos têm sido fatores impulsionadores”, afirmou ao AgroPages Mark Trimmer, President & Founding Partner da DunhamTrimmer – International Bio Intelligence.
De acordo com dados da CropLife, no Brasil, a adoção de bioinsumos cresceu 13% na safra 2024/2025, alcançando cerca de 156 milhões de hectares tratados, com taxa de uso quatro vezes superior à média global. Dentre esses dados, outro que chama atenção é que a combinação de produtos químicos e biológicos para proteção de cultivos cresceu 7% na safra 2023/2024. Enquanto a adoção de bioinsumos, nas mesmas áreas, aumentou 35% no mesmo período.
Com este cenário posto, Leonardo Antolini destaca que a FMC reafirma seu “compromisso de longo prazo com a inovação ao investir na combinação entre soluções químicas e biológicas”. De acordo com o Gerente Regional de Marketing Estratégico Plant Health da FMC para o Brasil, os e os recentes lançamentos Evedar, Perovar e Cablar foram desenvolvidos para atuar de forma sinérgica com os químicos, oferecendo proteção eficiente e ampliada às lavouras, além de benefícios ao solo e à biodiversidade.
O executivo ressalta que a FMC investe 6% do faturamento global em pesquisa e desenvolvimento para oferecer um portfólio completo e com uma nova geração de biológicos, integrados aos químicos, além de serviços que ajudam as tomadas de decisões do produtor brasileiro:
“Acreditamos que o futuro do campo passa por uma agricultura capaz de integrar tecnologias, conhecimentos e perspectivas. Ao combinar o que há de mais moderno em defensivos químicos com o potencial dos biológicos, estamos ampliando as possibilidades de manejo e ajudando a construir um modelo produtivo mais inteligente, resiliente e alinhado às exigências do campo”, conclui Leonardo Antolini.