Valor agregado: soja mira novos mercados
“Trata-se de um insumo versátil e com perfil nutricional relevante"

O Brasil, maior produtor mundial de soja, com cerca de 155 milhões de toneladas na última safra, mira um novo papel para o grão: base para alimentos análogos à carne. Um relatório do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) propõe diretrizes para ampliar o uso da soja na alimentação humana, unindo ciência, agronegócio e inovação em um ciclo sustentável.
O documento, resultado de debates entre pesquisadores, produtores e indústria, destaca que, apesar da abundância da matéria-prima, grande parte das proteínas isoladas e concentradas ainda é importada. A farinha de soja desengordurada surge como alternativa acessível, rica em proteínas, fibras e minerais, ideal para produtos de grande escala e com apelo clean label.
“Trata-se de um insumo versátil e com perfil nutricional relevante — rico em proteínas, fibras e minerais —, além de apresentar menor nível de processamento e custo reduzido em relação aos concentrados e isolados proteicos de soja. Seu caráter mais integral, aliado ao potencial de utilização em produtos voltados para acessibilidade, valor nutricional e apelo clean label, faz dele uma opção de destaque para formulações em grande escala”, afirma Graziele Grossi Bovi Karatay, especialista em Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute Brasil.
O relatório enfatiza investimentos em pesquisa aplicada, fermentação e melhoramento genético para aumentar a qualidade nutricional, reduzir compostos antinutricionais e aprimorar sabor e textura.
Para agricultores, abre novas oportunidades de mercado; para a indústria, maior autonomia e competitividade; e para consumidores, produtos mais nutritivos e acessíveis. O fortalecimento do papel da soja nos análogos à carne une ciência, agronegócio e inovação, mantendo o Brasil na liderança global de proteínas sustentáveis.
“Fortalecer o papel da soja nos análogos à carne é uma estratégia que une ciência, agronegócio e inovação para responder a demandas globais por proteínas mais sustentáveis — mantendo o Brasil na liderança, agora também no campo das alternativas vegetais”, conclui Raquel Caselli, Diretora de Engajamento Corporativo do GFI Brasil.