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Família de RO muda-se da cidade para a roça por ser beneficiária do PNCF

Nunca é tarde para recomeçar


“Na cidade, eu trabalhava por diária para pagar água, energia. Às vezes, sem ter o que comer. Era difícil”, lembra o agricultor José Paulo de Souza, de 45 anos, com os olhos cheios de lágrimas. Ele fala do passado complicado que viveu na cidade. Hoje, sentado à sombra da árvore, após uma manhã de trabalho na própria terra em Nova Brasilândia (RO), as lágrimas se transformam em sorrisos quando ele deixa o passado para trás e vê um futuro melhor à sua frente. A angústia abriu espaço para esperança a cada semente plantada na terra adquirida pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), gerido pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead).

José Paulo, conhecido como Paulinho, saiu do campo para a cidade aos 16 anos de idade, com o pai. Fora do campo, conheceu sua esposa e teve três filhos. Pagar as contas na cidade nunca foi uma tarefa fácil. Com a instabilidade financeira, vivendo de diárias, o passar dos dias deixava mais difícil a tarefa de sustentar a mulher e os filhos. Mas, como o próprio Paulinho diz, “o ruim já passou”. Incentivado pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Nova Brasilândia, o agricultor buscou o PNCF e voltou para o campo aos 44 anos de idade. 

Nunca é tarde para recomeçar

As mãos e os pés que corriam atrás de diárias para pagar as contas, agora trabalham na plantação de café e na construção da casa própria. Paulinho começou do zero, carregando água no ombro e acordando cedo para trabalhar, mas a força de vontade nunca o fez pensar em desistir. “Era tudo capim, era tudo mato. Chegamos aqui sem energia, sem água, era difícil, mas nada vem fácil”, ressalta.  

Paulinho já começou a colher os frutos do trabalho. Hoje, ele tem uma vasta plantação de café, na qual estima colher cerca de 80 sacas este ano. Além do café, o agricultor também investiu em outros produtos, como mandioca e abóbora. Outra conquista é a casa própria, a qual a construção já está a todo vapor. O produtor não esconde que o crédito mudou de fato a qualidade de vida da família. “A gente não tinha uma terrinha para trabalhar e hoje nós temos. Isso aqui é um sonho”, afirma. 

As mudanças estão refletidas no sorriso da família. Cleonice Zacarias, mulher de Paulo, estava desempregada na cidade e dependia do dinheiro das diárias do marido. Ela conta que atualmente ajuda na produção e que as expectativas agora são positivas. “É uma maravilha. Isso aqui vai garantir o futuro dos meninos. Agora podemos ir em frente”.

Assistência Técnica

O técnico em agroecologia Luan de Jesus, extensionista da Plantec, empresa que presta assistência técnica na região, afirma que Paulinho é um dos beneficiários do programa que pode ser dado como referência no quesito determinação e aprendizado. “Ele é um produtor que está sendo exemplo aqui. O início dele foi muito difícil, ele é uma pessoa de baixa renda que não tinha praticamente nada. Agora está se dando muito bem, acredito que pela força de vontade que ele tem”, ressalta.

Paulinho faz parte de um grupo de 34 famílias de Nova Brasilândia que encontraram no crédito fundiário a oportunidade para mudar de vida. O extensionista explica que são famílias de renda baixa, que não tinham onde morar e gastavam com aluguéis ou moravam de favor. 

A subsecretária de Reordenamento Agrário da Sead, Raquel Santori, afirma que o PNCF já tem colhido muitos frutos em Rondônia e que o trabalho feito junto com o governo estadual tem sido efetivo. “Desde de 2008, a gente ampliou para o estado de Rondônia a linha de combate à pobreza rural. Ela permite que grupos se organizem e possam acessar o crédito, desde que esteja devidamente escrito no CadÚnico”, afirma Santori. Segundo a Secretaria de Agricultura de Rondônia, cerca de 600 famílias estão sendo beneficiadas pelo Programa no estado. 

O PNCF dá condições de pessoas, sem terra ou com pouca terra, financiarem uma propriedade rural. No Brasil, só em 2016, foram mais de R$48 milhões em contratos pelo Programa. São trabalhadores rurais, como Paulinho, que buscam no campo uma fonte de renda, a independência e a chance de mudar de vida. 

Saiba mais sobre o PNCF aqui

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