Colheita nos EUA pressiona preços globais do milho
Chuvas de primavera são chave para safra de milho

Segundo análise divulgada pelo especialista da Grão Direto na segunda-feira (22), o ritmo da colheita nos Estados Unidos continuará sendo o principal fator de pressão sobre os preços globais do milho na próxima semana. O especialista destacou que “o relatório de Acompanhamento de Safra do USDA, a ser divulgado na segunda-feira, é aguardado com atenção, pois uma aceleração nos trabalhos de campo tende a consolidar o viés de baixa em Chicago”.
No Brasil, o foco se volta para o plantio da primeira safra de milho, que já começou a avançar na Região Sul e atingiu 1,6% da área estimada no Centro-Sul. Segundo a análise, “o bom estabelecimento desta safra, que é fundamental para o abastecimento interno no primeiro semestre, dependerá das chuvas de primavera esperadas com maior regularidade nas próximas semanas”.
A expectativa é que a semana mantenha um equilíbrio entre a pressão da oferta global e o suporte da forte demanda doméstica. “Enquanto a competitividade do milho americano pode limitar as exportações brasileiras, o consumo interno aquecido deve continuar fornecendo um piso robusto para os preços no Brasil, sugerindo um cenário de cotações lateralizadas e mais dependentes da dinâmica local”, afirmou a Grão Direto.
No cenário macroeconômico, a semana foi marcada pela divergência nas políticas monetárias globais. O Federal Reserve dos Estados Unidos reduziu sua taxa de juros para o intervalo de 4,00% a 4,25%, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil manteve a Selic em 15,00% ao ano. Para o especialista, “essa dinâmica tende a aumentar a atratividade do real, podendo exercer uma pressão de baixa sobre o dólar”. Ele destacou ainda que, para o agronegócio, “um real mais forte tem um efeito duplo: por um lado, comprime a receita em reais das exportações, mas, por outro, barateia a importação de insumos dolarizados para a próxima safra”.