Pequenas propriedades: gestão estratégica
Ferramentas digitais e conectividade rural ampliam a capacidade de tomada de decisão

A agricultura familiar é fundamental para a segurança alimentar e a economia do campo, com cerca de 77% dos estabelecimentos brasileiros pertencendo a famílias, segundo a médica-veterinária e consultora Ana Rita Scozzafave. Diferente das grandes monoculturas voltadas à exportação, pequenas propriedades se destacam pela diversidade produtiva, respondendo por 23% do valor bruto da produção agropecuária e garantindo alimentos como arroz, feijão, frutas e hortaliças.
O desafio central está na gestão estratégica. Rentabilidade e sustentabilidade dependem de planejamento, controle de custos, acesso a mercados e uso de tecnologias acessíveis. Estudos mostram que propriedades com planejamento estruturado podem alcançar até 25% mais eficiência operacional.
Ferramentas digitais e conectividade rural ampliam a capacidade de tomada de decisão, oferecendo informações sobre clima, mercado e técnicas de produção. Cooperativas e instituições públicas reforçam essa profissionalização com cursos e conteúdos gratuitos, transformando informação em estratégia prática.
Práticas sustentáveis, como uso de bioinsumos, integração lavoura-pecuária-floresta e rastreabilidade, agregam valor e conectam o produtor a agendas globais, como ESG e créditos de carbono. Com aprendizado contínuo e gestão estratégica, pequenas propriedades podem ser eficientes, rentáveis e competitivas.
“O agricultor familiar precisa adotar uma mentalidade de aprendizagem contínua. Cursos, workshops, parcerias estratégicas e análise de mercado são instrumentos que elevam a competitividade. Com esse conhecimento certamente ele estará à frente do mercado e consequentemente mais preparado diante das adversidades que podem ocorrer da porteira para fora e mesmo em áreas menores, pode ser eficiente, saudável, sustentável e rentável”, conclui.