Parceria deve ampliar uso de fertilizantes de menor pegada de carbono

A Yara e a Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil, anunciam renovação da parceria para as próximas duas safras, com expectativa de ampliar o volume de fertilizantes de menor pegada de carbono. O avanço reforça o compromisso das companhias com a descarbonização da cafeicultura e com a construção de um modelo produtivo mais sustentável no país.

A colaboração entre Yara e Cooxupé teve início em 2024, quando cerca de 30 produtores cooperados passaram a utilizar o fertilizante de menor pegada de carbono, batizado de Yara Climate ChoiceTM, desenvolvido a partir de uma matriz renovável e capaz de reduzir entre 60% e 95% as emissões associadas à produção em comparação ao insumo fabricado a partir de gás natural de origem fóssil. A adoção da solução resultou em uma redução em torno de 40% na pegada de carbono do grão de café verde* - em relação a sistemas que utilizam fertilizantes convencionais. Um marco para a cafeicultura brasileira e para o avanço das práticas agrícolas de baixo impacto.

Produzido na fábrica da Yara em Porsgrunn, na Noruega, o fertilizante chegou ao Brasil em outubro de 2024, foi distribuído em embalagens 100% recicláveis e transportado em caminhões movidos a GNV, iniciativas que também reduziram as emissões do processo. Entre maio e setembro de 2025, os cafeicultores pioneiros colheram a primeira safra nacional deste café lower carbon. Agora, com a renovação da parceria, o projeto entra em uma nova fase, marcada pela ampliação da escala e pelo engajamento crescente dos cooperados na adoção de soluções de menor impacto ambiental.  

Para Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil, a renovação da parceria é um passo importante na consolidação de um modelo de produção que alia competitividade e sustentabilidade. “O interesse dos agricultores é a comprovação de que é possível gerar valor ambiental e econômico ao mesmo tempo. Temos trabalhado de forma colaborativa, para que toda a cadeia de valor do café compartilhe dessa mesma visão e crie ferramentas que acelerem e incentivem a transformação que queremos ver no campo. A Cooxupé é um exemplo de liderança e visão de futuro no agro brasileiro, e seguimos juntos para ampliar ainda mais o impacto positivo dessa jornada”, afirma.

Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a continuidade da parceria reforça o compromisso da cooperativa com o futuro da cafeicultura. “Na Cooxupé, buscamos constantemente soluções que unam inovação, responsabilidade socioambiental e geração de valor para os mais de 21 mil cooperados que representamos. Trabalhamos para que nossas famílias produtoras estejam preparadas para os desafios e exigências do mercado, com apoio integral em todas as etapas da jornada no campo. Dessa forma, parcerias como essa são fundamentais para fortalecer um modelo produtivo que respeita o meio ambiente, beneficia a sociedade e posiciona a cafeicultura brasileira como referência mundial”, declara. 

Soluções para descarbonização da agricultura

O fertilizante lower carbon integra o portfólio Yara Climate Choice™, portfólio de soluções em nutrição produzidas com tecnologias que reduzem entre 60% e 95% a pegada de carbono, seja pela utilização de matriz renovável como matéria-prima ou pela tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS). No Brasil, a Yara iniciou a produção de amônia renovável em sua unidade de Cubatão (SP) com a utilização de biometano, reforçando o compromisso global da companhia de atingir a neutralidade climática até 2050.

 *O café verde oferece uma redução de até 40% na pegada de carbono — calculada por meio da ferramenta Cool Farm Tool, com base em dados médios de produtores. Essa estimativa considera os ganhos de produtividade obtidos com o programa nutricional NossoCafé da Yara e a menor pegada de carbono dos fertilizantes Yara Climate Choice. O resultado foi comparado aos valores médios de emissão da produção de café no Brasil, conforme reportado por Folegatti et al., 2021, cuja pesquisa considera fertilizantes à base de nitrato, aplicados na dose de 380 kg de N/há. A mensuração das emissões de GEE resultantes do projeto serão feitas por meio da Cool Farm Tool - uma ferramenta online que fornece métricas padronizadas para quantificação dos GEE, biodiversidade, uso de água, e perda e desperdício de alimentos. Essas métricas são baseadas em pesquisas revisadas por especialistas ao redor do mundo, a partir de uma ampla gama de dados publicados e de metodologias do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).