Trigo no Sul do Brasil: preços recuam

O mercado de trigo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná segue em retração, com baixa liquidez e negociações pontuais, refletindo a pressão dos moinhos e a chegada do trigo argentino. Segundo a TF Agroeconômica, os preços pagos aos produtores caíram cerca de 3,87% na semana, atingindo R$ 70,50 por saca, aumentando o prejuízo frente ao custo de produção atualizado pelo Deral, de R$ 74,63. O mercado futuro, apesar de indicar oportunidade de lucro, permanece restrito, e o triticultor enfrenta perdas de cerca de 5,5% se vender nesse momento.

No RS, os últimos negócios para a safra nova indicam valores de R$ 1.150/saca interior para trigos PH 78, FN 250 e Don 1.500, enquanto compradores pontuais mencionam R$ 1.100, mas vendedores ainda resistem. O trigo argentino deve chegar ao porto de Rio Grande por volta de 27 de setembro, com preços indefinidos, estimados entre US$ 261 e US$ 265/saca. A cotação da “pedra” em Panambi caiu para R$ 68,00, ajustando-se frente ao mercado do Paraná.

Em Santa Catarina, o trigo local praticamente não tem oferta, e os moinhos recorrem ao produto gaúcho. Os preços da pedra variam entre R$ 66,00 em Chapecó e R$ 76,00 em São Miguel do Oeste, mantendo estabilidade ou leve queda em outras regiões. No Paraná, a queda do trigo argentino e do dólar reduz os preços do importado, com indicações CIF entre R$ 1.250 e R$ 1.300 por saca, e alguns negócios chegando a R$ 1.350 conforme a distância do vendedor.

O mercado segue volátil, com produtores enfrentando custos superiores aos preços recebidos e moinhos atentos à safra nova e à importação. A expectativa é que os próximos ajustes dependam da chegada do trigo argentino e da dinâmica do câmbio, mantendo o mercado local cauteloso nos próximos dias.