Soja cai em Chicago com impasse EUA-China
Com estoques internos robustos, Pequim sinaliza paciência

A soja negociada na Bolsa de Chicago encerrou a semana em queda, pressionada pela falta de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, segundo a TF Agroeconômica. Os contratos de soja para novembro recuaram 1,16%, a $ 1.025,50 por bushel, enquanto janeiro caiu 1,11%, a $ 1.044,75. O farelo de soja para outubro fechou praticamente estável, com baixa de 0,04%, a $ 282,90 por tonelada curta, e o óleo de soja recuou 1,07%, a $ 50,03 por libra-peso.
Nesse contexto, o mercado reagiu à decepção com a ligação entre o presidente Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping, na qual nenhum produto agrícola específico foi mencionado. “Nada que se possa apontar para dizer que fizemos um avanço”, afirmou Randy Place, analista do Hightower Report. A China é responsável por cerca de 45% das exportações de soja dos EUA na temporada 2024-25, mas até 11 de setembro não havia reservado nenhum carregamento, pela primeira vez desde 1999, conforme a Bloomberg.
Com estoques internos robustos, Pequim sinaliza paciência e utiliza as commodities como instrumento de negociação em um contexto comercial mais amplo. O cenário contribuiu para que a soja acumulasse perdas semanais de 2,01%, o farelo recuasse 1,6% e o óleo de soja caísse 3,17%, refletindo cautela e incerteza entre os compradores. Especialistas alertam que, enquanto não houver definição nas negociações, a volatilidade deve permanecer elevada, exigindo atenção de produtores e traders para o planejamento das vendas futuras e para o gerenciamento de riscos no mercado internacional de soja.