Frango supera crise sanitária em 2025 com controle eficiente
Outro fator que favoreceu o setor foi o custo dos insumos
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Mesmo após enfrentar dois episódios sanitários relevantes em menos de dois anos — a Doença de Newcastle em 2024 e a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em 2025 —, o setor avícola brasileiro demonstrou resiliência e encerrou o ano com resultados positivos, segundo dados divulgados pelo Cepea.
O caso de IAAP foi identificado em maio de 2025, em uma granja comercial de matrizes de ovos férteis no município de Montenegro (RS). A ocorrência levou diversos países a suspender temporariamente as importações da carne de frango do Brasil, exigindo rápidas ações de contenção e redirecionamento dos volumes previstos para exportação ao mercado interno.
Apesar desse revés, o frango inteiro resfriado iniciou 2025 em trajetória de valorização no atacado da Grande São Paulo, contrariando o padrão sazonal típico de queda no início do ano. O movimento positivo foi reflexo direto do controle da oferta, da demanda interna aquecida e do ritmo intenso das exportações iniciado ainda em agosto de 2024.
Com a suspensão dos embarques após o foco da gripe aviária, os preços da proteína sofreram recuos expressivos por três meses consecutivos, especialmente em São Paulo. De acordo com o Cepea, isso ocorreu devido à necessidade de realocar parte da produção direcionada ao mercado externo, ampliando a oferta interna em curto prazo.
No entanto, as medidas de biossegurança adotadas de forma eficaz permitiram que o Brasil contivesse rapidamente o foco da doença e negociasse a flexibilização das restrições comerciais com seus principais parceiros. Nos meses seguintes, o fluxo de exportações foi retomado de forma gradual.
Mesmo com esse período de queda, as médias anuais de preços do frango inteiro congelado ficaram acima das registradas em 2024. O frango vivo em São Paulo também apresentou recuperação e fechou 2025 com a maior média anual desde 2022, conforme apontam os dados do Cepea.
Outro fator que favoreceu o setor foi o custo dos insumos. A média anual do farelo de soja — principal componente da ração — foi a terceira mais baixa da série histórica do Cepea (iniciada em 2004) e a menor desde 2011. Isso aumentou significativamente o poder de compra do avicultor paulista frente ao insumo.