Nova ferramenta ajuda no combate à cigarrinha
A cigarrinha resiste a baixas temperaturas

A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) segue como a principal praga da cultura do milho no Rio Grande do Sul, alerta o entomologista Glauber Renato Stürmer, pesquisador da cooperativa CCGL. Ele desenvolveu um modelo exclusivo de predição que permite antecipar os níveis populacionais da praga, ajudando produtores a planejar o manejo com maior precisão.
Apesar da redução populacional observada na última safra devido ao clima frio e às geadas, Stürmer reforça que o monitoramento deve ser mantido rigorosamente, especialmente do plantio até o estágio V10 da cultura. Com 5% de infestação, a aplicação de inseticidas adulticidas é recomendada para evitar perdas severas, que já chegaram a 95% em casos extremos.
“Nessa condição, populações da cigarrinha buscam fontes de proteção, água e alimentos nas vegetações verdes ambientadas no frio. Tais populações são extremamente nocivas, porque já apresentam infecção por bactérias e vírus. Elas migram depois para o milho safra e o contaminam na fase mais sensível, nos primeiros estágios de desenvolvimento”, esclarece Stürmer.
A cigarrinha resiste a baixas temperaturas e aproveita a sobreposição das safras na região Sul para manter populações ativas, que transmitem vírus ao milho na fase mais sensível. Para conter a praga, o pesquisador destaca a importância do uso de armadilhas para monitoramento e a aplicação integrada de inseticidas que atuem sobre adultos e ninfas, interrompendo o ciclo reprodutivo do inseto. Com a ampliação das áreas cultivadas prevista para este ano, o manejo correto da cigarrinha será fundamental para garantir produtividade e evitar danos expressivos.
“O aumento populacional das fases jovens dessa praga potencializa danos, pois elas ficam na parte de baixo da folha, se alimentando e fazendo a reposição da população de adultos. Então, quebrar o ciclo da praga constitui uma estratégia das mais eficazes no controle da cigarrinha-do-milho”, conclui.