Trigo se mantém estagnado
Em Santa Catarina, o mercado também segue sem negócios relevantes

O mercado de trigo manteve-se praticamente estagnado nesta quinta-feira (17), com vendedores resistentes aos preços oferecidos e moinhos pouco ativos nas negociações. As informações são da TF Agroeconômica, que aponta um cenário de lentidão em todo o Sul do país, mesmo com o avanço gradual da colheita.
No Rio Grande do Sul, a Emater/RS divulgou que 2% da área cultivada já foi colhida, embora agentes do mercado discordem desse número. O relatório destaca lavouras em boas condições, com 50% na fase de enchimento de grãos e 30% em maturação, beneficiadas por clima ameno, boa luminosidade e baixa incidência de doenças. Apesar de ventos pontuais no Centro-Oeste gaúcho, a expectativa de produtividade segue positiva.
No entanto, o mercado permanece travado. Exportadores ofereceram R$ 1.180 por tonelada no porto, com pagamento para janeiro de 2026, mas sem aceitação por parte dos produtores. Os moinhos aguardam entregas de contratos antigos, enquanto os preços internos giram em torno de R$ 1.050 nas Missões e R$ 1.070 em Tenente Portela. Mesmo com 190 mil toneladas já exportadas, o volume é considerado pequeno frente aos anos anteriores, e ainda restam cerca de 2,4 milhões de toneladas de trigo gaúcho por comercializar — fator que mantém o mercado pressionado. Os preços “de pedra” estão em queda, entre R$ 60 e R$ 62 por saca.
Em Santa Catarina, o mercado também segue sem negócios relevantes. Produtores pedem cerca de R$ 1.250 FOB pelo trigo novo, mas os compradores oferecem valores semelhantes CIF, sem fechamento de contratos. Os preços pagos aos produtores variam entre R$ 62 e R$ 70,50 por saca, com leve recuo em várias praças.
Já no Paraná, a colheita avança, mas as chuvas recentes prejudicaram a qualidade dos grãos. Foram registrados negócios a R$ 1.230 FOB no Sudoeste e R$ 1.250 CIF em Curitiba, enquanto os preços pagos aos agricultores caíram 2,52% na semana, para R$ 64,94 por saca. Com custo médio estimado em R$ 74,63, o triticultor acumula prejuízo de cerca de 13%, reforçando a importância do uso do mercado futuro para garantir margens melhores.