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Mercado da soja sente efeitos do clima no Brasil e tensão comercial entre EUA e China

Clima atrasa plantio e aumenta replantio em áreas estratégicas


Foto: United Soybean Board

O avanço da semeadura da soja no Brasil enfrenta entraves climáticos importantes. De acordo com a Grão Direto, duas semanas de tempo seco no Centro-Oeste e Matopiba interromperam o ritmo do plantio. Em estados como Mato Grosso e Goiás, produtores que aproveitaram as primeiras chuvas agora lidam com falhas de germinação e necessidade de replantio.

No radar do setor está o La Niña, oficialmente reconhecido pela NOAA desde setembro. Mesmo classificado como fraco, o fenômeno pode alterar o regime de chuvas até o início de 2026 — justamente durante o período crítico de estabelecimento da safra 25/26.

Mercado internacional pressiona Chicago, mas prêmios mantêm firmeza no Brasil
A instabilidade política nos Estados Unidos mantém paralisados os relatórios do USDA, deixando o mercado sem dados cruciais de exportações e safra. Em meio a esse vácuo informacional, a tensão comercial entre EUA e China ganhou força. A imposição de tarifas de 100% pelo ex-presidente Donald Trump sobre produtos chineses acirrou o clima de incerteza e pressionou as cotações em Chicago.

Ainda assim, os contratos futuros apresentaram movimentos divergentes: a soja para agosto de 2025 encerrou a semana a US$ 9,67 por bushel, alta de 0,52%, enquanto o contrato de março de 2026 recuou 0,10%, cotado a US$ 10,22 por bushel. A demanda chinesa, no entanto, sustentou os prêmios de exportação nos portos brasileiros, que seguem em alta apesar da leve desvalorização do dólar, que caiu 1,98% e fechou a R$ 5,44.

Volatilidade do câmbio e medidas econômicas internas ampliam incertezas
O câmbio segue pressionado por fatores internos e externos. No Brasil, o anúncio do governo sobre a redução do compulsório da poupança — com liberação de R$ 37 bilhões — gerou expectativa de maior liquidez na economia e elevação da inflação. A medida trouxe impacto imediato na cotação do dólar e deve manter o mercado cambial volátil nos próximos dias.

A perspectiva para o mercado da soja brasileiro é positiva no curto prazo, impulsionada pela demanda chinesa e pelos prêmios portuários aquecidos. No entanto, a combinação de incertezas climáticas, tensões geopolíticas e volatilidade cambial exige atenção redobrada de produtores e agentes do setor.

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