Fungicidas: prevenir ou curar?
Compreender o modo de ação do fungicida é o primeiro passo

O uso eficiente de Fungicidas é um dos pilares da sanidade vegetal nas lavouras brasileiras. No entanto, tão importante quanto escolher o produto certo é aplicá-lo no momento adequado. De acordo com o engenheiro agrônomo Felipe Rios Ignácio, o uso incorreto pode representar não apenas desperdício de recursos, mas também perda de eficiência no controle das doenças.
Como explica o especialista, compreender o modo de ação do fungicida é o primeiro passo para um manejo bem-sucedido. Fungicidas à base de estrobilurinas, por exemplo, têm efeito mais eficaz quando usados de forma preventiva, especialmente no início do ciclo da cultura ou diante de condições ambientais favoráveis à doença. Já os triazóis atuam de maneira mais curativa, sendo indicados nos primeiros sintomas ou quando há uma pressão moderada da doença. Para garantir maior tempo de controle, as carboxamidas são a melhor escolha, por oferecerem ação residual prolongada.
Outro ponto destacado por Felipe é a importância da rotação de ingredientes ativos. Essa prática é fundamental para evitar o desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos, garantindo a longevidade dos produtos e a eficácia do manejo no campo. Além disso, o clima e o estado fisiológico da planta devem ser levados em consideração. Ambientes úmidos e plantas debilitadas aumentam significativamente o risco de perdas causadas por doenças.
Por fim, o agrônomo alerta que apenas aplicar a dose cheia não assegura o controle. Ajustar corretamente o volume da calda, garantir uma cobertura foliar eficiente e respeitar o intervalo entre as aplicações são medidas que fazem a diferença no resultado. “Produto não faz milagre, mas o manejo certo faz diferença no talhão”, conclui Felipe.