Conectividade de pivôs centrais ainda é limitada
“A conectividade rural é a chave para viabilizar a agricultura de precisão"

Um levantamento inédito da ConectarAGRO revela que apenas 28% da área irrigada por pivôs centrais no Brasil conta com acesso à internet 4G ou 5G, e apenas 13% desses equipamentos estão totalmente conectados. O estudo evidencia a disparidade entre a mecanização agrícola e a infraestrutura digital disponível, mesmo em regiões altamente produtivas. Minas Gerais, Bahia e Goiás concentram as maiores áreas irrigadas, mas apresentam baixos índices de cobertura, enquanto São Paulo, Ceará e Paraíba se destacam em conectividade.
Segundo dados da Embrapa, o Brasil possui hoje 2,2 milhões de hectares irrigados por pivôs centrais, um aumento de quase 300 mil hectares em relação a 2022. O extremo oeste da Bahia superou o noroeste de Minas Gerais como maior polo de irrigação, e municípios como São Desidério (BA), Paracatu e Unaí (MG) lideram em extensão irrigada. Mais de 70% da irrigação está concentrada no Cerrado, e o Pantanal ainda não utiliza essa tecnologia.
Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO, destaca que a falta de internet limita o aproveitamento do potencial da irrigação moderna, prejudicando eficiência no uso da água, redução de custos e sustentabilidade. Experiências bem-sucedidas em Jaguaribe (CE) e Petrolina/Juazeiro (PE/BA) demonstram que é possível unir irrigação intensiva e digitalização para aumentar produtividade e inovação.
“A conectividade rural é a chave para viabilizar a agricultura de precisão, ampliar a eficiência no uso da água, garantir rastreabilidade e abrir novas oportunidades de desenvolvimento social e econômico. Conectar o campo é condição indispensável para que o Brasil consolide uma agricultura cada vez mais inteligente, sustentável e competitiva no cenário global”, explica a presidente.