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Preço do café no Brasil recua mais de 10% em uma semana de setembro

Ainda assim seguem em patamares elevados, indica Cepea


Foto: Pixabay

A segunda quinzena de setembro foi marcada por quedas nas cotações do café no Brasil. Segundo dados do Cepea, a pressão veio da expectativa de chuvas mais expressivas nas regiões produtoras, da realização de lucros e da liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York (ICE Futures), após semanas de forte valorização. Além disso, a possível retirada das tarifas dos Estados Unidos sobre o café brasileiro também contribuiu para a retração.

De acordo com os pesquisadores, apesar da queda acentuada, os preços ainda permanecem em níveis historicamente elevados. Esse movimento se explica pela oferta restrita, pelos estoques baixos e pela sobretaxa vigente sobre o café brasileiro no mercado norte-americano. Esses fatores limitam uma desvalorização mais intensa no curto prazo.

Entre os dias 15 e 22 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, acumulou baixa de 10,2%, encerrando a R$ 2.133,08 por saca de 60 quilos no dia 22. No mesmo período, o robusta também registrou queda: o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, recuou 11,1%, fechando a R$ 1.313,22 por saca de 60 quilos.

A chegada das chuvas nas principais áreas produtoras trouxe maior confiança quanto ao desenvolvimento das lavouras, reduzindo a preocupação com possíveis perdas relacionadas ao clima. Esse cenário de melhora nas condições produtivas colaborou para o movimento de ajuste nos preços.

Por outro lado, os fundamentos do mercado seguem sustentados pela oferta restrita, resultado de estoques globais reduzidos e de uma demanda firme, sobretudo nos países importadores. Mesmo com a pressão de fatores externos e financeiros, o quadro de disponibilidade limitada mantém as cotações em patamares superiores à média dos últimos anos.

A expectativa é de que o comportamento do câmbio, o avanço do clima sobre as lavouras e a definição sobre as tarifas impostas ao café brasileiro nos Estados Unidos sejam determinantes para a formação de preços no curto e médio prazo. Até lá, os agentes do mercado seguem atentos à volatilidade, equilibrando cautela e necessidade de liquidez.

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