Colheita de trigo avança com baixa rentabilidade

De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (4), a colheita do trigo no Rio Grande do Sul está em fase final, alcançando “93% da área projetada”. As áreas ainda não colhidas se concentram em regiões de maior altitude do Planalto Norte e da Serra do Sudeste.

A Emater destaca que a ausência de chuvas significativas desde meados de novembro “acelerou o processo de maturação e reduziu rapidamente a umidade dos grãos”, permitindo avanço contínuo das operações de colheita. A produtividade permanece heterogênea, reflexo das diferenças de manejo e das condições microclimáticas observadas ao longo do ciclo.

Nas áreas mais altas dos Campos de Cima da Serra, ainda restam lavouras por colher, com “potencial produtivo expressivo”. As melhores áreas podem alcançar 6.000 kg/ha, resultado de manejo fitossanitário e nutricional adequado, além de maior regularidade hídrica durante o enchimento de grãos. No Sudeste, onde há menor aporte tecnológico ou maior estresse hídrico, o potencial é “muito inferior”, chegando em alguns casos a menos de 1.000 kg/ha.

A qualidade industrial do grão é considerada satisfatória, com predomínio de Peso Hectolitro igual ou superior a 78 kg/hl. Há relatos de lotes com menor peso específico em lavouras com falhas de manejo ou sujeitas a intercorrências climáticas. Apesar da produtividade dentro do esperado, o informativo aponta “baixa rentabilidade observada pelos produtores”.

A área cultivada estimada pela Emater/RS-Ascar é de 1.141.224 hectares, com produtividade média estadual de 3.261 kg/ha.