Chuvas aliviam lavouras de milho, mas perdas persistem

As lavouras de milho no Rio Grande do Sul apresentam desenvolvimento desigual em razão da irregularidade das chuvas registradas entre a segunda quinzena de novembro e o dia 8 de dezembro. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (18), o déficit hídrico atingiu principalmente áreas cultivadas em regime de sequeiro, afetando lavouras entre o pré-florescimento e o enchimento inicial de grãos e reduzindo o potencial produtivo.

Segundo o levantamento, as precipitações recentes contribuíram para a recomposição da umidade do solo e favoreceram a retomada do crescimento vegetativo em áreas que ainda não atingiram o pico reprodutivo. No entanto, a Emater/RS-Ascar alerta que, nas lavouras mais comprometidas, “a capacidade de reversão das perdas já estabelecidas está limitada”, uma vez que fatores como número de grãos por espiga e eficiência da polinização já foram definidos.

Em áreas irrigadas, os impactos do período seco foram amenizados, embora as temperaturas elevadas tenham causado leve redução no potencial produtivo. Já nas lavouras mais tardias, que representam cerca de 26% da área e ainda estão em desenvolvimento vegetativo, a condição fisiológica é considerada melhor em função da recuperação da umidade do solo. Os cultivos em fase de maturação, que correspondem a 8%, não sofreram impactos significativos, e a colheita permanece incipiente, restrita principalmente a áreas destinadas ao autoconsumo.

O estado fitossanitário das lavouras é avaliado como satisfatório, embora haja registros pontuais de maior incidência de ácaros e da cigarrinha-do-milho, o que levou produtores a adotar práticas integradas de controle, incluindo aplicações de inseticidas químicos e produtos biológicos.

Para a safra atual, a Emater/RS-Ascar estima área cultivada de 785.030 hectares no Estado, com produtividade média projetada em 7.370 quilos por hectare.