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Produtores gaúchos adubam áreas e ampliam pastejo

Clima favorece início das pastagens de verão no Rio Grande do Sul


Foto: Divulgação

A qualidade das pastagens anuais de inverno tem diminuído em diversas regiões do Rio Grande do Sul devido ao aumento do teor de fibras. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (30), essas áreas estão sendo dessecadas para a semeadura da soja e para o estabelecimento das pastagens anuais de verão, que se encontram em fase inicial de desenvolvimento. De acordo com o documento, a umidade do solo e as temperaturas amenas têm favorecido o crescimento dessas novas lavouras.

“As espécies perenes de verão estão em fase inicial de pastejo”, informa o boletim. O texto também destaca que o rebrote das pastagens, anteriormente limitado pela falta de chuvas, tem aumentado, ampliando a oferta de alimento e permitindo a transição dos rebanhos. O campo nativo apresenta recuperação gradativa, e na integração lavoura-pecuária (ILP), parte das áreas foi liberada para o cultivo de soja.

Na região de Bagé, na Fronteira Oeste, os trabalhos de semeadura de capim-sudão, milheto e sorgo forrageiro seguem em andamento. Segundo a Emater, “as chuvas regulares garantiram germinação uniforme e desenvolvimento inicial adequado das plantas”. Áreas semeadas no final de setembro já se aproximam do ponto de pastejo, embora o frio recente tenha retardado o crescimento. Em São Gabriel, produtores realizaram adubação em pastagens perenes de verão com o objetivo de antecipar o pastejo ou aumentar a lotação.

Na Campanha, o ritmo das semeaduras foi mais lento devido à menor umidade no solo e à ação dos ventos, que intensificaram a perda de água. Em Hulha Negra, a fenação das pastagens de trevo apresentou “excelente produtividade e alta qualidade do feno”, segundo relatos de produtores locais.

Em Caxias do Sul, o trigo de duplo propósito ainda oferece pastejo, mas a maioria dos agricultores retirou os animais para confeccionar silagem. Já em Erechim, a oferta de campo nativo foi considerada normal, especialmente nas áreas melhoradas. As espécies anuais de verão apresentaram germinação adequada, e o azevém e o trigo Tarumaxi foram beneficiados pelo aumento da luminosidade.

Na região de Frederico Westphalen, as lavouras de trigo e outros cereais de inverno destinados à silagem estão próximas da colheita e apresentam bom desempenho. Houve também semeadura de milheto, aveia-de-verão e sorgo. Em Ijuí, as forrageiras anuais de verão se desenvolveram bem, apesar do atraso causado pelo frio prolongado. “As temperaturas mais baixas prejudicaram a germinação, mas não houve necessidade de replantio”, destaca o informe.

Em Passo Fundo, o azevém tetraploide e o trevo registram boa oferta de forragem. Na região de Pelotas, agricultores realizaram roçadas e adubações nas pastagens de Jiggs e Tifton, que já apresentaram rebrote. Em Pinheiro Machado, o déficit hídrico se intensificou, com amarelamento do campo nativo em áreas mais altas ou de solo raso, resultado da desidratação das plantas. Mesmo assim, a Emater ressalta que ainda há disponibilidade de alimento para os rebanhos, embora o plantio de milheto e capim-sudão tenha sido interrompido por falta de umidade.

Na região de Santa Rosa, os pastos perenes de verão — como grama tifton, braquiária e capim-elefante — têm se desenvolvido bem com a elevação das temperaturas. O campo nativo também apresentou crescimento satisfatório, com destaque para o avanço de leguminosas como o Desmodium (pega-pega), que vem se destacando desde o fim do inverno. Já em Soledade, no Baixo Vale do Rio Pardo, a restrição hídrica das últimas semanas reduziu o rebrote, mas não comprometeu a alimentação dos rebanhos de pequenos animais.

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