Estresse hídrico afeta pastagens no Rio Grande do Sul
Secas e altas temperaturas prejudicam pastagens no Rio Grande do Sul
Foto: Pixabay
A seca prolongada tem impactado negativamente as pastagens no Rio Grande do Sul, com fortes sinais de estresse hídrico. A falta de chuvas e as altas temperaturas têm desacelerado o crescimento das pastagens anuais e perenes, afetando a oferta de massa verde em diversas regiões do estado. De acordo com a Emater/RS-Ascar, o estresse hídrico tem sido evidente, especialmente nas áreas de capim-sudão e milheto, que têm murchado severamente durante o dia, diminuindo a palatabilidade da forragem.
Em várias regiões, o campo nativo, que vinha se desenvolvendo bem, também entrou em fase de estagnação após um novo período sem precipitações. A situação é ainda mais crítica em áreas de solos rasos, pedregosos e arenosos, que enfrentam maior pressão de pastejo, aumentando o risco de compactação do solo e reduzindo a capacidade de retenção de água. A escassez de umidade também tem retardado atividades como a adubação nitrogenada e a implantação de pastagens, que só poderão ser retomadas quando o solo apresentar condições adequadas.
Na região administrativa de Bagé, as pastagens anuais de verão estão praticamente paralisadas devido à baixa umidade do solo. Em Hulha Negra, o estresse hídrico tem afetado severamente o trevo-branco, enquanto as áreas com trevo-vermelho mostram melhor tolerância. No município de Lavras do Sul, a falta de chuvas por cerca de 20 dias resultou em campos amarelados e murchos, especialmente nas horas mais quentes do dia. Já em São Gabriel, os campos permanecem secos, com poucas novas rebrotas.
Em Caxias do Sul, o desenvolvimento inicial das pastagens foi favorecido pelas altas temperaturas e luminosidade, mas a ausência de chuvas tem dificultado a manutenção da umidade do solo. Em Erechim, apesar da seca, ainda se observa desenvolvimento satisfatório nas pastagens nativas e perenes de verão nas áreas com melhor manejo. Já em Frederico Westphalen, o milheto, sorgo e aveia de verão estão se desenvolvendo bem, oferecendo volume adequado de forragem, mas a combinação de calor intenso e baixa chuva já preocupa quanto à disponibilidade futura de pasto.
Nas regiões de Ijuí e Passo Fundo, a semeadura das forrageiras foi interrompida devido à baixa umidade, e os produtores têm intensificado a armazenagem de feno. Em Pelotas, as pastagens perenes, como Jiggs/tifton, estão em boas condições, mas o desenvolvimento de outras espécies foi limitado pela falta de chuvas. A situação é semelhante em Porto Alegre, onde o crescimento do campo nativo foi retardado e o avanço das pastagens recém-implantadas também estagnou.
Na região de Santa Maria, estima-se que a disponibilidade de forragem tenha diminuído entre 30% e 40%, levando alguns produtores a adotar a irrigação como estratégia para mitigar os efeitos da estiagem e manter a cobertura mínima necessária para o pastejo. Em Santa Rosa, apesar da escassez de chuvas, a oferta de forragem ainda está satisfatória, embora algumas áreas já apresentem sinais de senescência nas plantas.