Exportações gaúchas têm leve alta em 2025
China e UE seguem líderes nas compras do estado
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As exportações do Rio Grande do Sul cresceram 0,3% entre janeiro e setembro de 2025, sustentadas pelo avanço de 12% no primeiro trimestre, segundo o Boletim de Exportações elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE). O desempenho inicial compensou as retrações de 5,2% no segundo trimestre e de 3,3% no terceiro trimestre na comparação com igual período de 2024. O estudo, de autoria do analista pesquisador Ricardo Leães, utiliza dados do Sistema Comex Stat e analisa o fluxo comercial do Estado ao longo de 2025.
De acordo com o levantamento, setores como fumo e seus produtos, carnes e veículos rodoviários registraram resultados positivos no acumulado. O fumo não manufaturado teve aumento de 23,5%, enquanto as exportações de carne bovina cresceram 94,5% e as de carne suína, 27,7%. Entre julho e setembro de 2025, os cinco principais grupos exportadores foram o complexo soja, fumo e seus produtos, carnes, veículos rodoviários e produtos florestais. No terceiro trimestre, entretanto, o total exportado somou US$ 6 bilhões, queda de 3,3% em relação a 2024, influenciada principalmente pela retração de 12,8% no complexo soja. O resultado refletiu “a menor safra de 2025, afetada pela estiagem”, que reduziu a oferta de soja em grão, farelo e óleo. Também contribuíram para o recuo as quedas nas exportações de máquinas e equipamentos industriais e de produtos florestais.
O boletim aponta que, no terceiro trimestre, China, União Europeia, Argentina, Estados Unidos e Paraguai concentraram 57,9% das vendas externas gaúchas. As maiores reduções ocorreram nas exportações para o Irã, Coreia do Sul e Estados Unidos. No caso norte-americano, o documento atribui o recuo à “nova tarifa de 50% sobre produtos importados, implementada em agosto de 2025 pelo governo dos Estados Unidos”. Entre agosto e setembro, as vendas para o país diminuíram 35,7%, principalmente em fumo não manufaturado, armas e munições e celulose, que responderam por cerca de 80% da queda.
O estudo registra ainda que, de janeiro a setembro, o Rio Grande do Sul exportou US$ 15,4 bilhões, alta de 0,3% frente ao mesmo período de 2024. O desempenho, segundo o DEE, reflete fatores climáticos e o ambiente externo, marcado pela guerra tarifária internacional. No acumulado, os principais setores exportadores foram o complexo soja, fumo e seus produtos, carnes, produtos florestais e cereais, farinhas e preparações. Os principais destinos foram China, União Europeia, Estados Unidos, Argentina, Vietnã, Chile, Paraguai e Uruguai, que somaram 61,4% das vendas. As maiores altas ocorreram nas vendas para Argentina, Indonésia e Singapura, enquanto as maiores quedas foram registradas nos embarques para China, Coreia do Sul e Irã. O DEE destaca que as recentes políticas tarifárias norte-americanas “afetaram diretamente a competitividade de produtos brasileiros”, sem previsão de reversão das medidas.