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Escoamento da soja no Porto de Rio Grande apresenta restrições

Combinação do canal sem dragagem recente com maré e vento desfavoráveis atrapalha embarques


O escoamento da safra de soja recorde no Rio Grande do Sul tem encontrado restrições no calado do Porto de Rio Grande. A última dragagem de aprofundamento do canal foi executada há quatro anos. Atualmente, dependendo das condições da maré, as manobras dos navios deixam de ser executadas. Quando isso ocorre, os terminais ficam inoperantes por algumas horas, o que se reflete na formação de filas, na interrupção dos trabalhos e em dificuldades para o cumprimento das metas de embarque. A dragagem deve sair do papel no segundo semestre deste ano, segundo a Superintendência do Porto de Rio Grande.

“A falta de dragagem no canal é um dos principais gargalos. Em abril, teve uma ocasião que ficamos 24 horas parados por causa disso. Um dia sem funcionamento reflete-se em todo o Estado. O terminal não consegue receber cargas, o agendamento dos caminhões fica trancado, o produtor tem que parar de colher”, diz o gerente de operações do terminal Bianchini, Antônio Carlos Bacchieri Duarte.

Em um dia normal, o terminal Bianchini recebe 600 caminhões que descarregam 21 mil toneladas. Nos terminais Termasa/Tergrasa, da CCGL, estacionam diariamente mais de 1,2 mil caminhões para a descarga de 54 mil toneladas. Entre os dias 17 e 21 de abril, a maré desfavorável e o vento Nordeste impediram a entrada e a saída dos navios graneleiros que utilizam o calado máximo do porto, de 12,8 metros. No período, segundo informações da Superintendência, quatro navios ficaram atracados à espera de uma melhora na maré.

Em abril, nos terminais Termasa/Tergrasa, o volume de soja embarcado foi de 1,1 milhão de toneladas, quando se esperava movimentação superior a 1,2 milhão de toneladas em virtude da alta oferta de soja nesta safra. Uma das explicações aponta para os transtornos causados pela falta de manutenção no calado. “A dragagem é o ponto mais importante para o escoamento. O Rio Grande do Sul tem uma supersafra de grãos, só que as restrições do calado continuam”, comenta o diretor-superintendente do complexo Termasa/Tergrasa, Guillermo Dawson Júnior.

Em nota, a Superintendência do porto reconhece que o canal de acesso ao porto “está em seu limite operacional e que uma dragagem de manutenção é necessária para facilitar o processo de manobras”. Ao mesmo tempo, ressalta que “a situação ainda permite a manutenção dos calados oficiais, ou seja, existe segurança para a movimentação de navios que necessitam de calado máximo, como os graneleiros”.

De acordo com a Superintendência, já foi feita a assinatura do contrato de execução da dragagem do canal pelo Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil e são aguardados recursos orçamentários para a sua plena execução. Enquanto isso, também está sendo buscada a renovação da licença ambiental que autorizará a execução da obra.

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