CI

Arrozeiros do RS enfrentam décimo mês de prejuízo

Custos elevados e exportações insuficientes agravam cenário


Foto: Paulo Rossi/Divulgação

O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul segue pressionado por uma combinação de fatores que reduzem a rentabilidade dos produtores. Segundo dados divulgados pelo Cepea, os custos de produção seguem elevados, enquanto os preços médios de venda registram quedas sucessivas. Mesmo com algum aumento nas exportações e na demanda de outros estados por arroz de maior rendimento, as cotações continuam em retração nas principais regiões produtoras gaúchas.

Na região de Uruguaiana, os custos operacionais de produção, considerando os insumos adquiridos em outubro, chegaram a R$ 66,71 por saca de 50 kg. Já o custo total foi estimado em R$ 93,19/sc. Em Camaquã, esses valores ficaram em R$ 61,73/sc e R$ 87,88/sc, respectivamente. No entanto, as médias de preços de venda do arroz em casca, na parcial de novembro até o dia 21, foram de apenas R$ 54,85/sc em Uruguaiana e R$ 58,40/sc em Camaquã, o que indica margens significativamente negativas para os produtores dessas regiões.

Ainda segundo o Cepea, esse descompasso entre custo e receita representa o décimo mês consecutivo de prejuízo para os arrozeiros de Uruguaiana e o nono para os de Camaquã. Em termos absolutos, a diferença entre o preço de venda e o custo total chega a R$ 38,34/sc em Uruguaiana e R$ 29,48/sc em Camaquã.

Esse cenário de margens negativas se mantém mesmo com registros recentes de embarques para o mercado externo e da demanda de outras unidades da federação. Essas movimentações, porém, têm se mostrado insuficientes para sustentar os preços em níveis compatíveis com os custos de produção no estado.

A continuidade dessa situação levanta preocupações quanto à sustentabilidade econômica da rizicultura gaúcha, que representa mais de 70% da produção nacional. Com a proximidade do plantio da nova safra, o quadro pode afetar decisões dos produtores em relação à área cultivada e ao investimento em tecnologia.

Diante desse panorama, a expectativa é de que o mercado reaja com maior firmeza apenas caso haja uma recuperação mais consistente da demanda ou intervenções que ajudem a equilibrar os custos frente às receitas. Até lá, os produtores seguem enfrentando uma das piores crises de rentabilidade dos últimos anos, conforme indicam os dados monitorados pelo Cepea.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.

2b98f7e1-9590-46d7-af32-2c8a921a53c7