Brasil importou 9,76 milhões de toneladas de fertilizantes da China

O Brasil importou 38,3 milhões de toneladas de fertilizantes entre janeiro e outubro de 2025. Desse volume, aproximadamente 9,76 milhões de toneladas — ou 25% do total — vieram da China, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), compilados pela Argus.

No mesmo período do ano anterior, a participação chinesa era de 18%, com 6,6 milhões de toneladas entre as 36,7 milhões importadas. A Rússia, que tradicionalmente liderava o fornecimento ao Brasil, foi superada em volume absoluto, marcando uma mudança estratégica no fluxo global do insumo.

Segundo dados da Argus, esse novo cenário representa um ponto de inflexão: “A dependência brasileira da China impõe riscos adicionais, principalmente relacionados à política de exportações chinesas, que tende a ser volátil em função de variáveis internas, como o consumo doméstico e questões energéticas”, afirma consultoria.

Além das incertezas regulatórias, os custos logísticos também preocupam. As rotas comerciais entre Brasil e China são mais longas que as do leste europeu, o que encarece o frete e pressiona os preços no mercado interno. A estimativa é que o custo por tonelada tenha aumentado até 15% em determinadas regiões agrícolas do país.

A mudança ocorre em meio a um cenário de maior volatilidade internacional nos mercados de insumos, agravado por conflitos geopolíticos e restrições ambientais. Com a China na liderança, especialistas apontam que os produtores brasileiros precisam ampliar estratégias de diversificação de fornecedores para mitigar riscos.