China ajusta compras e reforça foco na autossuficiência
Fontes do setor estimavam compras de 2,9 milhões de toneladas de soja dos EUA
Fontes do setor estimavam compras de 2,9 milhões de toneladas de soja dos EUA - Foto: Ivan Bueno/APPA
A perspectiva para o mercado global de soja indica um movimento de ajuste, marcado pela tentativa da China de reduzir a dependência externa e ampliar a autossuficiência. A expectativa é de queda de 1 milhão de toneladas nas importações do país, que devem alcançar 106 milhões de toneladas no ano comercial 2025-26.
O relatório do Foreign Agricultural Service mantém a projeção de produção chinesa em 19,93 milhões de toneladas, apoiada em uma área plantada de 9,96 milhões de hectares. Os números superam levemente as estimativas anteriores e também os resultados previstos para 2024-25. As mudanças ocorrem em um cenário de maior intervenção estatal, após compromissos assumidos em encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, quando foram anunciadas reduções tarifárias e o fim da suspensão de três embarcadoras dos Estados Unidos.
Até o fim de novembro, fontes do setor estimavam compras de 2,9 milhões de toneladas de soja norte-americana. Apesar disso, desde o início da temporada de exportação da América do Sul, a China intensificou sua demanda por produto brasileiro, registrando em maio a maior importação mensal já feita pelo país, com destaque para 12,1 milhões de toneladas embarcadas pelo Brasil.
O consumo de farelo segue como principal motor da demanda interna. A previsão para 2024-25 foi elevada para 103,2 milhões de toneladas, com o farelo de soja respondendo por cerca de 74% do total usado na alimentação animal. Os preços mais baixos mantêm o ritmo do setor e sustentam a projeção de esmagamento em 101 milhões de toneladas para 2025-26. Segundo o FAS, autoridades de Pequim seguem pressionando indústrias, sobretudo estatais, a ampliar o uso da soja doméstica.