Reunião entre China e EUA pode derrubar a soja
Reunião vai ocorrer nos próximos momentos

O mercado da soja vive um momento de incerteza e depende diretamente dos rumos da política internacional e do clima. Segundo análise da TF Agroeconômica, a próxima reunião entre Donald Trump e Xi Jinping será determinante para a tendência de preços.
Caso haja acordo e a China volte a comprar soja americana, os contratos em Chicago (CBOT) devem subir e os preços no Brasil cair, o que indicaria a venda imediata. Por outro lado, se a China optar por reduzir a dependência dos EUA e priorizar apenas a América do Sul, a CBOT pode cair, mas o Brasil manteria preços relativamente altos, ainda que o lucro do produtor seja reduzido diante do aumento da safra local.
Entre os fatores de alta, destacam-se a expectativa de auxílio bilionário de Trump aos agricultores americanos, estimado entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões, o que pode sustentar os preços no curto prazo. No Brasil, a demanda firme por óleo de soja se mantém mesmo diante da queda do petróleo e do feriado da Semana Dourada na China, refletindo a procura por biocombustíveis e os estoques estáveis de óleos vegetais. Além disso, as exportações brasileiras continuam aquecidas: em setembro, foram estimadas em 7,14 milhões de toneladas, número menor que em agosto, mas bem acima do mesmo período de 2024.
Já do lado baixista, o mercado enfrenta pressão com a falta de relatórios do USDA devido à paralisação do governo americano, o que aumenta o pessimismo dos investidores. Soma-se a isso o ritmo acelerado da colheita nos EUA, favorecido pelo clima seco, ainda que haja risco de queda de produtividade estimada em quase 1%. Outro ponto de peso é a ausência da China no mercado americano, fator que deixa em aberto duas possibilidades: retomada das compras, beneficiando Chicago, ou consolidação da preferência pela América do Sul, o que manteria os preços brasileiros relativamente firmes.