Semeadura do feijão avança sob restrição hídrica
Feijão tem 60% da área semeada, mas clima preocupa
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O Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (4) apontou que a semeadura do feijão da primeira safra permanece estabilizada em 60% da área prevista no Rio Grande do Sul. Segundo o documento, “as lavouras apresentam avanço vegetativo e reprodutivo compatível com o calendário de semeadura, porém sob crescente restrição hídrica”. A baixa umidade do solo e a sequência de dias com temperaturas elevadas têm provocado “redução do crescimento vegetativo, queda de flores e comprometimento parcial do pegamento de vagens”, com maior impacto nas áreas em floração e início de enchimento de grãos.
A situação preocupa produtores em diferentes regiões. No Noroeste Colonial, o informativo registra que “o enchimento dos grãos já apresenta grãos de tamanho reduzido”. Nas regiões Sul e do Vale do Rio Pardo, técnicos observam sinais de estresse hídrico e maior atenção à incidência de pragas.
Apesar das limitações climáticas, o relatório indica que, “de forma geral, a situação fitossanitária se encontra dentro dos padrões adequados”. A monitorização tem se concentrado em tripes e ácaros, favorecidos pelo clima seco. A Emater/RS-Ascar estima área cultivada de 26.096 hectares e produtividade média de 1.779 kg por hectare.
Na região administrativa de Ijuí, foram identificados “sintomas de estresse hídrico, como redução do desenvolvimento e queda de flores” em lavouras em estágio de floração. Áreas em enchimento de grãos apresentam redução no tamanho, mas sem sinais de enrugamento.
Em Pelotas, 72% da área está semeada, com 60% das lavouras em fase vegetativa, 27% em florescimento e 13% em formação de grãos. O desenvolvimento é considerado normal para o período, embora o informativo destaque que “as lavouras começam a sentir o efeito do tempo seco e quente”, já que as chuvas recentes não repuseram a umidade no solo.
Na região de Santa Maria, toda a área destinada ao feijão foi semeada, e metade das lavouras se encontra em fase reprodutiva. Algumas áreas mais precoces já iniciaram a colheita, com produtividade média estimada em 1.414 kg por hectare.
Em Soledade, as lavouras ficaram expostas a duas semanas sem chuvas e a temperaturas que chegaram a 35 ºC. Segundo o documento, essas condições podem causar “abortamento de flores e de vagens em formação”. A região apresenta 20% das áreas em estágio vegetativo, 60% em florescimento e formação de vagens, e 20% em enchimento de grãos. A publicação ressalta que, por grande parte dos cultivos estar em fase crítica, “os períodos secos prolongados causam preocupação nos produtores”.