Soja recua em Chicago com concorrência argentina
A queda foi atribuída à ausência de compras oficiais da China

A soja negociada na Bolsa de Chicago encerrou a sessão desta segunda-feira (22) em baixa, pressionada por fatores externos e pela nova concorrência da Argentina. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de novembro caiu 1,41% ou 14,50 cents/bushel, fechando a US$ 1.011,00, enquanto o contrato de janeiro recuou 1,36% ou 14,25 cents/bushel, a US$ 1.030,50. No mercado de derivados, o farelo para outubro perdeu 1,41% (US$ 278,90/ton curta) e o óleo de soja recuou 1,72% (US$ 49,17/libra-peso).
A queda foi atribuída à ausência de compras oficiais da China, que continua fora das mesas de negociação com os EUA, impactando diretamente os embarques de soja americana — que registraram queda de 41% nesta semana. Além disso, a concorrência brasileira segue firme no atendimento à demanda chinesa, reduzindo ainda mais o espaço para os Estados Unidos no mercado internacional.
Outro fator de pressão veio da Argentina, que suspendeu temporariamente a cobrança das Retenciones, imposto de exportação que taxava a soja em 26% e seus derivados em 24,5%. A medida, válida até 31 de outubro, busca acelerar a liquidação dos estoques internos e gerar arrecadação de até US$ 7 bilhões ao governo de Javier Milei. Caso o montante seja atingido antes da data prevista, a isenção poderá ser encerrada antecipadamente.
Esse movimento argentino amplia a concorrência no mercado internacional, especialmente porque o país é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja. A tendência de maior oferta, somada à cautela da demanda chinesa e à fraca performance dos embarques americanos, reforça o viés baixista para as cotações em Chicago no curto prazo.