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Argentina suspende retenciones sobre grãos

A medida se soma a reduções já implementadas desde julho


A medida se soma a reduções já implementadas desde julho A medida se soma a reduções já implementadas desde julho - Foto: Pixabay

O governo argentino anunciou nesta segunda-feira (22) a eliminação temporária das retenciones, equivalentes às exportações, sobre todos os grãos até o dia 31 de outubro. A medida foi comunicada pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni, que destacou o objetivo de acelerar o ingresso de dólares no país e fortalecer as reservas do Banco Central, que na última semana vendeu US$ 1,1 bilhão em meio à forte pressão cambial. A decisão atinge soja, milho, trigo, girassol e outros cultivos estratégicos.

Segundo Adorni, a iniciativa busca aumentar a competitividade do setor e garantir maior oferta de divisas em um momento de incerteza econômica. Ele também acusou setores opositores de tentar “boicotar o programa de governo” por meio de críticas às medidas. A suspensão das retenciones, que terá efeito até cinco dias após as eleições nacionais, foi interpretada como uma aposta de curto prazo para aliviar a crise cambial.

A medida se soma a reduções já implementadas desde julho, quando o Decreto 526 diminuiu alíquotas sobre grãos e carnes, e segue a linha do presidente Javier Milei de gradualmente encerrar o sistema de tributos às exportações. O governo argumenta que o setor agroexportador, responsável por cerca de US$ 48 bilhões anuais, é essencial para a estabilidade macroeconômica e o crescimento regional. Apesar disso, especialistas lembram que o próprio Executivo condiciona a eliminação definitiva das retenciones à conquista de um superávit fiscal sustentável.

No campo, as reações foram divididas. Nicolás Pino, presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), elogiou a decisão e defendeu que a isenção seja permanente. Já Andrea Sarnari, da Federação Agrária Argentina (FAA), criticou o caráter transitório, destacando que pequenos e médios produtores não terão como se beneficiar, pois já venderam sua produção. Para ela, o impacto positivo deve se concentrar em grandes exportadores capazes de estocar grãos à espera de melhores condições de mercado.
 

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