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Para uma atividade leiteira rentável, produtor precisa aprimorar gestão e reduzir custos

Dia de Mercado da Pecuária Leiteira ocorreu na manhã desta sexta-feira (14.10)


Dia de Mercado da Pecuária Leiteira ocorreu na manhã desta sexta-feira (14.10)

Mais de 200 participantes, entre produtores, estudantes, técnicos e especialistas do setor pecuário, participaram do Dia de Mercado da Pecuária Leiteira, na manhã desta sexta-feira (14/10), em Nossa Senhora da Glória, (SE). Promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (FAESE), o evento traz informações técnicas e econômicas para que produtores rurais saibam enfrentar as adversidades do seu negócio, reduzindo os riscos e melhorando a gestão de sua empresa ou propriedade rural.

O assessor técnico da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, Thiago Rodrigues, falou sobre o objetivo do Projeto Campo Futuro e analisou os painéis realizados, em Sergipe, ao longo deste ano para levantar custos de produção e gargalos da atividade. De acordo com os dados apresentados, a propriedade típica definida no município de Nossa Senhora da Glória possui rebanho com 37 animais, sendo 20 vacas, das quais 14 em lactação. A produção é de 196 litros de leite por dia, predominando a raça girolando 7/8. “Identificamos que os maiores gargalos da atividade leiteira são a mão de obra e a alimentação do gado, por conta dos altos custos”, disse Thiago.

Segundo o assessor, para uma atividade leiteira rentável, o produtor precisa se atentar em aprimorar a gestão e o controle da propriedade, reduzir os custos e maximizar a produção. “O pecuarista deve ter o discernimento de que toda informação é importante, já que em tempos de crise, cada detalhe e cada centavo fazem a diferença”, ressaltou o técnico.

Na palestra “Gerenciamento de Propriedades de Leite”, apresentada pelo zootecnista e coordenador do Projeto Educampo/Labor Rural, Christiano Nascif, foi destacado que a gestão é fundamental para resolver problemas, promover mudanças e buscar métodos. “É preciso coletar dados técnicos e econômicos da atividade, pois ninguém gerencia nada que não seja mensurável. Gerenciar é ter informação para tomada de decisão”, explicou Nascif.

O zootecnista defendeu que dados de qualidade com pontualidade possibilitam uma tomada de decisão nacional, com segurança e tempo hábil. Para ele, o sucesso da atividade leiteira é ter o custo equilibrado, fazer a gestão, ter comprometimento, analisar escala e qualidade da produção e ficar atento ao preço. “Com as informações do passado, podemos, no presente, planejar um futuro mais eficiente da atividade”, finalizou.

O quarto palestrante, o também zootecnista e diretor da Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE), Airon Melo, falou sobre o tema “Utilização de palma forrageira e alternativas para alimentação volumosa do rebanho leiteiro”. Segundo ele, a palma é uma planta que se adapta facilmente a vários climas, inclusive no semiárido, já que ela não precisa de muita umidade para produzir. “A cactácea tem se tornado a melhor alternativa de alimentação para o gado leiteiro em regiões de extrema seca. Além de ser constituída por 90% de água, ela fornece 70% de energia para o animal”, destacou. 

Conforme Airon, a palma forrageira aumenta a produção ano após ano, mantém constantes os nutrientes, sem necessidade de conservação e ainda é fornecida como ingrediente em dieta animal, como fonte de fibra efetiva. “A palma é o ouro verde do semiárido”, afirmou Melo.

O encerramento do Dia de Mercado ficou com o médico veterinário e diretor da Cia. do Leite, Ronaldo Carvalho Macedo. Ele apresentou estudo de caso de produtor de leite mineiro que cometeu erros de gestão que impactaram na atividade. Ronaldo também deu algumas dicas, para produtores, sobre o manejo da dieta pré-parto da vaca, como cortar o consumo de sal branco e mineral. Quanto à sanidade, ele afirmou que é necessário vacinar contra a brucelose as bezerras de 3 a 8 meses. “De 1 a 4 vezes por ano, o produtor precisa vacinar o rebanho contra a leptospirose, IBR, BVD, Neospora e Campilobacteriose”, disse.

Para o produtor de leite da Nossa Senhora da Glória (SE), Mário Goes, o Dia de Mercado é uma oportunidade de o pequeno produtor buscar conhecimento e melhorar a atividade. “O evento trouxe informações diferentes em cada palestra. Sem dúvida, são conhecimentos que levaremos para casa e tentaremos aplicar. É sempre bom, assuntos novos e aprimorar a produção”, afirmou Márcio. 

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