Trigo gaúcho mantém foco na exportação
Os moinhos seguem ausentes das compras

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue pressionado, com negócios concentrados na exportação e preços em queda nas principais praças. Segundo dados da TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul já contabiliza cerca de 140 mil toneladas negociadas, somando o mercado interno e externo, volume considerado baixo diante do potencial de colheita entre 2,7 e 3,2 milhões de toneladas.
No estado gaúcho, o clima apresentou melhora entre terça e quarta-feira, permitindo o avanço pontual das colheitas, que devem prosseguir até o fim de semana antes da chegada de novas chuvas. No mercado, as operações estão sendo firmadas principalmente para exportação a R$ 1.160,00 por tonelada sobre rodas no porto de Rio Grande, o que equivale a cerca de R$ 1.000,00 no interior. Essa diferença, causada pelo aumento do frete, resultou em uma distorção em relação ao preço de pedra — que deveria estar em torno de R$ 58,00/saca em Panambi, mas ainda se mantém em R$ 64,00.
Os moinhos seguem ausentes das compras, aguardando melhores condições, enquanto os produtores devem aumentar as vendas assim que a colheita avançar. No mercado interno, há ofertas de R$ 1.050,00 para embarques entre outubro e novembro, mas sem demanda efetiva. Com isso, os preços da pedra seguem em queda, com médias de R$ 61,00/saca nas Missões e R$ 64,00 em Panambi.
Em Santa Catarina, o trigo argentino recuou para US$ 207/t FOB Up River, enquanto os produtores locais pedem cerca de R$ 1.250,00 por tonelada FOB. No Paraná, as chuvas têm afetado a qualidade de parte da safra, com preços ao produtor caindo 2,04% na semana, para R$ 66,62/saca. Mesmo com o custo médio de R$ 74,63, o uso do mercado futuro ainda representa oportunidade de rentabilidade em momentos estratégicos de venda.