Cuidado com as lagartas na palhada!

Segundo Marcos Antônio Rosa, consultor de campo e técnico em agropecuária, a presença de lagartas na palhada, como a Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho) e a Agrotis ipsilon (lagarta-rosca), deve ser encarada como um sinal de alerta para os produtores. Essa condição exige ações de monitoramento e controle antecipado, especialmente no período que antecede o plantio, para evitar prejuízos ao estande e à produtividade das culturas.

A Spodoptera frugiperda é uma praga polífaga que pode atacar diversas culturas como soja, milho e algodão. Além de provocar danos em folhas, cartuchos e espigas, essa lagarta também pode se comportar como a lagarta-rosca, cortando plântulas e atacando a base das plantas. O monitoramento com armadilhas de feromônio é fundamental, assim como o uso de controle químico com inseticidas e o incentivo a inimigos naturais e parasitoides.

Já a Agrotis ipsilon é conhecida pelo corte de plântulas ao nível do solo, o que reduz drasticamente o estande. Em estágios mais avançados, pode provocar o “coração morto” nas plantas. As estratégias de controle incluem tratamento de sementes, eliminação de plantas hospedeiras e uso de iscas tóxicas, sempre integradas a um bom planejamento de manejo.

A palhada, embora benéfica ao solo, pode servir de refúgio e local de oviposição para mariposas. Por isso, o monitoramento desse material é essencial. Marcos Antônio Rosa recomenda a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina práticas culturais, controle biológico e químico, como forma eficaz de reduzir o impacto das lagartas e manter o equilíbrio do agroecossistema.