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SP: pouca chuva pode comprometer o abastecimento da Região

Racionamento pode voltar.


Especialistas estão preocupados com a situação das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Isso porque a vazão dos rios que desembocam no Sistema Cantareira, um dos maiores complexos de abastecimento d’água de São Paulo, compõem atualmente um cenário muito semelhante ao de 2013, ano anterior à crise hídrica no Estado. A pouca chuva para o período é apenas um dos problemas que afeta a Região e doso o Estado de São Paulo.

O outro é que muitos municípios paulistas pouco se preparam para a época de estiagem, seja com a construção de barragens ou reservatórios, programas para evitar o desperdício durante a distribuição e melhora no sistema de armazenamento de água. Ou seja, o racionamento pode voltar.

Jundiaí está mais confortável em relação à maioria dos municípios. Com um consumo diário de 1.600 litros por segundo, o abastecimento de água abrange 100% da zona urbana, sendo que 95% da água captada vem do rio Jundiaí-Mirim, que nasce na divisa de Jarinu (Córrego do Tanque) e Campo Limpo Paulista (Ribeirão do Perdão).

Para o coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, pouco se avançou de 2013 para cá. Cidades pequenas continuam tendo que utilizar água vinda de outras fontes porque não construíram reservatórios e muitas ainda precisam investir na qualidade de seus rios. “Alguns municípios, como Jundiaí, conseguem manter seus reservatórios próprios, mas a maioria não. Quando se tem investimentos para a construção de reservatórios, ou o que chamamos de piscinões ecológicos, se consegue evitar o racionamento em épocas de estiagem mais severa”, comenta.

O presidente da DAE S/A, empresa responsável pela distribuição e captação de água em Jundiaí, Eduardo Palhares, informa que atualmente a represa está com 66% de sua capacidade, mas operando dentro da normalidade. “Todo o trabalho de conscientização da população continua para que a gente não passe sufoco, como aconteceu em muitas cidades. Mas temos que continuar o trabalho para retirar o mínimo de água do Cantareira, porque sabemos que há municípios mais carentes neste sentido.”

Os outros 5% da captação em Jundiaí vem do Córrego Japi ou Estiva (a água abastece a represa localizada do bairro Moisés e segue para tratamento na ETA-ETA); Ribeirão Ermida (abastece a represa localizada na Serra do Japi) e Rio Atibaia (deságua na Casa de Bombas localizada na divisa com Itatiba e segue por adutora até a Represa de Acumulação localizada no entorno do Parque da Cidade).

O Sistema Cantareira é composto por seis represas, que juntas armazenam quase 1 trilhão de litros de água. Segundo a Sabesp, o Cantareira é o maior sistema produtor da região metropolitana de São Paulo. As seis represas que compõem o sistema são as de Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha, localizadas na Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e as represas Paiva Castro e Águas Claros, da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.

Para amenizar uma possível crise hídrica este ano, o consórcio recomenda que as pessoas façam uso suficiente de água; que os municípios se preocupem em construir reservatórios municipais e de bacias de retenção em áreas rurais e piscinões ecológicos em regiões urbanas; e campanhas de sensibilização sobre o consumo racional da água.

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