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Algodão brasileiro perde competitividade no mercado externo

Cotação do algodão volta a ficar abaixo da paridade de exportação após quase um ano


Foto: Canva

O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ rompeu uma estabilidade de meses e voltou a operar abaixo da paridade de exportação. Segundo levantamento do Cepea, esse cenário não era registrado desde dezembro de 2024. A queda reflete um conjunto de fatores, principalmente no mercado internacional, e acende o alerta para a competitividade do algodão brasileiro.

Conforme explicam os pesquisadores do Cepea, tanto o Indicador nacional quanto a paridade de exportação acumulam desvalorizações ao longo de 2025. A pressão negativa tem origem em três frentes principais: a valorização do real frente ao dólar, a retração do Índice Cotlook A e a queda nos contratos do algodão negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures).

No cenário interno, o impacto é direto. Com o recuo da paridade, os preços domésticos da pluma enfrentam ainda mais resistência para reagir. A conjuntura internacional desfavorável se soma à instabilidade geopolítica global e à ampliação da oferta de algodão no Brasil, elevando a pressão vendedora e limitando a recuperação de preços no mercado físico.

A paridade de exportação, que representa o valor que tornaria viável a venda do produto brasileiro no mercado externo, funciona como uma referência para os produtores. Quando os preços internos ficam abaixo desse patamar, a rentabilidade das exportações é comprometida, restringindo as operações e afetando o fluxo de escoamento da produção.

Nos últimos dias, entretanto, o dólar voltou a se fortalecer frente ao real, o que proporcionou uma leve recuperação da paridade de exportação. Mesmo assim, o ritmo ainda é insuficiente para alterar significativamente o cenário de baixa nas cotações domésticas, de acordo com os analistas do Cepea.

O novo patamar indica um desafio duplo ao setor: por um lado, a necessidade de maior competitividade no comércio internacional; por outro, o risco de desestímulo à comercialização em um momento de elevada oferta. A expectativa do setor agora se volta para os próximos movimentos cambiais e os desdobramentos da demanda global por fibras naturais.

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