Alcachofra se firma como símbolo da agricultura paulista
São Paulo lidera produção nacional de alcachofra
Foto: Pixabay
Segundo informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), a alcachofra, embora pouco lembrada como tal, é uma flor. Colhida antes de se abrir completamente, quando as pétalas ainda protegem o coração macio, ela se transforma em um dos principais produtos da culinária e em símbolo da agricultura paulista.
O estado de São Paulo concentra o maior cultivo da flor no país. No município de Piedade, localizado no interior, cerca de 90% da produção nacional tem origem, o que consolidou a cidade como a capital brasileira da alcachofra. “Ali, tradição e conhecimento se unem há gerações, e foi de lá que saíram as mudas que hoje abastecem produtores de todo o país”, informou a secretaria.
O clima ameno e o solo fértil favorecem o cultivo, cuja colheita ocorre geralmente uma vez por ano. Técnicas de indução hormonal, no entanto, permitem uma segunda safra, ampliando a produtividade.
Além da importância agrícola, a alcachofra tem papel expressivo na gastronomia, sendo utilizada em diversos pratos, tanto sofisticados quanto simples, valorizando o sabor do campo paulista. Para fortalecer o setor, a SAA, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), presta apoio aos produtores com orientação técnica, acesso a crédito rural, regularização ambiental e incentivo à comercialização em programas institucionais, como a merenda escolar.
O estado também investe em pesquisa e inovação para preservar a tradição da flor. Na Apta Regional de São Roque, próxima a Piedade, uma equipe coordena um projeto voltado à modernização do cultivo e à recuperação genética da tradicional variedade “Roxa de São Roque”. O trabalho, iniciado em 2010 e fortalecido em 2020, envolve o Instituto Biológico (IB-Apta) e a CATI Sementes e Mudas, sob coordenação do pesquisador Wilson Tivelli.
Após décadas de multiplicação vegetativa, a alcachofra havia perdido vigor em razão da contaminação por vírus. O projeto promoveu a identificação dos agentes causadores, a limpeza genética em laboratório e a produção de novas mudas livres de contaminação. Em 2023, essas mudas foram reintroduzidas no campo, em dois modelos de cultivo: o tradicional, com linhas simples, e o experimental, com linhas duplas, que busca aumentar a densidade do plantio e a rentabilidade dos produtores.