Semeadura do arroz avança lentamente no Rio Grande do Sul
IRGA projeta menor área plantada na safra 2025/2026

Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS na última quinta-feira (9), a semeadura do arroz alcançou 12% da área projetada no estado. A irregularidade das chuvas e a elevada umidade do solo dificultaram o preparo das áreas e o avanço dos trabalhos. “Nos períodos de tempo firme, há retomada gradual das atividades, especialmente nas áreas com melhor drenagem e estruturação”, informou o boletim.
A Emater destacou que a atual conjuntura da safra reflete o menor uso de insumos, resultado direto da queda dos preços de comercialização. “A redução de preços tem impactado a capacidade de investimento e a sustentabilidade econômica do setor”, apontou a instituição.
De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), a safra 2024/2025 de arroz irrigado encerrou com produtividade média de 9.044 kg por hectare nos 970.216 hectares colhidos, resultando em 8.762.370 toneladas. Para a safra 2025/2026, a estimativa é de redução de 5,17% na área plantada, totalizando 920.081 hectares. A produtividade prevista é de 8.752 kg por hectare, o que deve resultar em produção de 8.052.213 toneladas, queda de 8,10%.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o excesso de umidade atrasou as atividades de campo. “Até o momento, pouco mais de 6 mil hectares foram semeados, número bem inferior aos 85 mil hectares registrados no mesmo período do ano passado”, informou o órgão. Em áreas próximas aos rios Uruguai, Ibicuí e Itu, diversas propriedades continuam alagadas ou com acesso restrito. A estimativa é de uma redução de até 10% na área cultivada, em razão das condições meteorológicas e das dificuldades financeiras dos produtores. Em São Gabriel, a semeadura em sistema pré-germinado alcançou 70% da área prevista. Na Campanha, o plantio segue de forma pontual, repetindo o comportamento de anos anteriores em propriedades com melhor infraestrutura.
Na região de Pelotas, o ritmo de plantio é mais acelerado, com 34% da área total semeada. Os períodos de sol e as temperaturas mais altas favoreceram o preparo do solo e a construção de taipas e marachas. As chuvas registradas nos dias 4 e 5 de outubro, entre 15 mm e 103 mm, contribuíram para recuperar a umidade superficial sem prejudicar as operações.
Na região de Santa Maria, o plantio teve início, mas o excesso de chuvas atrasou o andamento dos trabalhos. Em Cacequi, a semeadura segue lenta e irregular, alcançando 5% da área prevista. “Os danos em estradas e pontes dificultam o transporte de máquinas e insumos, elevando os custos operacionais”, informou o relatório. Mesmo com as dificuldades, os produtores seguem o planejamento técnico, priorizando áreas com melhor drenagem.
Na região de Santa Rosa, a implantação das lavouras segue suspensa por causa da saturação do solo, que impede o tráfego de maquinário agrícola. A Emater alertou que “há preocupação entre os produtores com a possível sobreposição do plantio do arroz e da soja”, o que pode gerar competição por mão de obra e logística durante a colheita.
Na região de Soledade, os trabalhos de custeio e as semeaduras iniciais avançaram, alcançando 10% da área total prevista. O clima mais estável na última semana permitiu o preparo do solo e o início dos plantios em sistema pré-germinado e em solo seco. “O estabelecimento inicial está dentro da normalidade, com boa emergência e plântulas vigorosas”, apontou a Emater. A janela de semeadura segue aberta até dezembro, conforme o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).