Satélites de órbita baixa levam internet a regiões remotas
O próximo passo é a conectividade híbrida

A conectividade no Brasil está entrando em uma nova fase. Após décadas em que áreas rurais e estradas permaneceram sem cobertura adequada, a combinação entre satélites de baixa órbita (LEO) e redes terrestres começa a mudar esse cenário. Como explica Heber Lopes, Head de Produtos e Marketing da Faiston, essa integração tecnológica pode finalmente levar internet rápida e estável a todas as regiões do país.
Os satélites LEO orbitam a poucos centenas de quilômetros da Terra, reduzindo a latência de cerca de 600 ms, nos antigos satélites geoestacionários (GEO), para apenas 20 a 40 ms — desempenho comparável à fibra óptica. Além de mais ágeis, oferecem velocidades acima de 150 Mb/s, alcançando locais onde cabos e torres celulares não chegam. Com custos de lançamento menores, o mercado global de satélites LEO deve crescer de US$ 177 bilhões em 2024 para US$ 284 bilhões até 2029.
O próximo passo é a conectividade híbrida, que combina sinal de satélite com redes 4G/5G, Wi-Fi público e malhas mesh. Essa integração permite alternar automaticamente entre as tecnologias, mantendo a conexão estável mesmo em áreas remotas. Projetos-piloto já garantem 100% de disponibilidade em rotas rodoviárias de até 800 km, e no agronegócio, drones e sensores enviam dados de lavouras distantes em tempo real.
Com essa convergência, o Brasil tem a chance de superar suas barreiras geográficas e reduzir o abismo digital. A conectividade híbrida une o alcance global dos satélites à velocidade das redes móveis, impulsionando produtividade, inclusão e inovação em todos os setores.
“É um momento de oportunidade: com planejamento e parcerias certas, o novo mix tecnológico pode, enfim, cobrir o Brasil inteiro – costurando nossas distâncias com o fio invisível da conectividade e abrindo caminho para um desenvolvimento mais equilibrado e inteligente em todas as regiões. Para líderes de tecnologia, a mensagem é clara: integrar soluções híbridas de conectividade será determinante para manter competitividade e expandir serviços em um país de dimensões continentais”, conclui.