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Selic em 15% impõe desafios e exige gestão rigorosa

O cenário expõe a vulnerabilidade financeira de pequenas e médias propriedades


O cenário expõe a vulnerabilidade financeira de pequenas e médias propriedades O cenário expõe a vulnerabilidade financeira de pequenas e médias propriedades - Foto: Pixabay

Com a taxa Selic mantida em 15% ao ano, o crédito rural se tornou mais caro e escasso, exigindo maior planejamento financeiro de produtores e empresas do agronegócio. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Cepea/USP, o setor representa 23,2% do PIB nacional em 2024, mas enfrenta retração no financiamento: entre julho e agosto de 2025, foram liberados R$ 86,4 bilhões em crédito, queda de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme o Banco Central.

O cenário expõe a vulnerabilidade financeira de pequenas e médias propriedades, que dependem de crédito para manter a produção. Diante do custo elevado dos financiamentos, especialistas recomendam renegociar dívidas, revisar contratos e reforçar controles sobre custos e fluxo de caixa para evitar desequilíbrios.

“Com a Selic em 15%, o crédito se torna excessivamente oneroso para produtores que dependem de financiamento. É fundamental agir de forma preventiva: renegociar prazos com credores, revisar contratos e adotar controles rígidos sobre despesas operacionais”, comenta Marcos Pelozato, advogado, contador e especialista em reestruturação empresarial.

Entre as principais ações sugeridas estão renegociar prazos com credores, ajustar cláusulas de indexação, monitorar despesas operacionais com indicadores de eficiência, diversificar fontes de crédito — como o uso de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) — e buscar apoio técnico preventivo em gestão financeira e jurídica.

A expectativa é de que o cenário de juros altos persista até 2026, mantendo o crédito caro e pressionando o setor. Mesmo assim, o agronegócio tende a seguir crescendo acima da média do PIB, com vantagem para quem adotar estratégias de gestão antecipadas e maior disciplina financeira.

“A Selic só deve recuar em 2026, mantendo o crédito caro até lá. A inadimplência tende a aumentar se não houver renegociações estruturadas, mas o agronegócio deve seguir crescendo acima da média do PIB. Quem se preparar agora terá mais fôlego para atravessar esse ciclo e aproveitar a retomada futura com juros mais baixos”, conclui.
 

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