Agronegócio paulista registra superávit de US$ 19 bilhões em 2025
Café e carnes impulsionam exportações do agro paulista
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Segundo análise do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o agronegócio paulista manteve desempenho positivo no comércio exterior nos dez primeiros meses de 2025, registrando superávit de US$ 19,07 bilhões. O resultado decorre de exportações que somaram US$ 23,92 bilhões e importações de US$ 4,85 bilhões. Conforme o levantamento, a participação do setor nas exportações totais do estado entre janeiro e outubro foi de 40,8%, enquanto as importações representaram 6,6% do total.
Em 2024, o setor havia alcançado um recorde no valor do superávit, impulsionado por uma demanda internacional atípica por produtos do complexo sucroalcooleiro. Em 2025, esse grupo manteve liderança entre os principais segmentos exportadores, com participação de 30,8% do total e receita de US$ 7,37 bilhões. O açúcar respondeu por 92,7% do montante e o etanol por 7,3%. O setor de carnes ocupou a segunda posição, com 15,1% das vendas externas e receita de US$ 3,60 bilhões, seguido pelos produtos florestais, com 10,3% e US$ 2,47 bilhões. O grupo dos sucos respondeu por 10,1%, somando US$ 2,43 bilhões, e o complexo soja representou 9,2% das exportações, com US$ 2,21 bilhões. Segundo o IEA, esses cinco grupos concentraram 75,5% das vendas externas do agronegócio paulista. O café ficou em sexto lugar, com 6,3% de participação e receita de US$ 1,51 bilhão.
As variações de valores em relação ao mesmo período de 2024 indicaram aumento nas exportações de café, carnes e soja, com altas de 42,8%, 24,7% e 0,8%, respectivamente. Em contrapartida, o complexo sucroalcooleiro, os produtos florestais e os sucos registraram quedas de 31,3%, 6,9% e 0,8%. De acordo com o Instituto, essas variações refletem as oscilações nos preços e nos volumes exportados.
A China permaneceu como principal destino das exportações paulistas, com 24,3% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais. A União Europeia representou 14,3% das exportações e os Estados Unidos, 12,2%. Desde o aumento tarifário de 50% iniciado em 6 de agosto pelo governo norte-americano, houve retração nas vendas para o país: 14,6% em agosto, 32,7% em setembro e 32,8% em outubro. “Essa queda foi parcialmente compensada por novos destinos de exportação, como China, México, Canadá, Argentina e União Europeia”, afirmou Nabil, representante do IEA.
No cenário nacional, São Paulo manteve posição de destaque e respondeu por 16,9% das exportações do agronegócio brasileiro, ocupando o segundo lugar no ranking, atrás apenas de Mato Grosso, que registrou 17,3%.