Santa Catarina deve concluir semeadura do trigo em agosto
Conab alerta para riscos de geadas e excesso de chuvas

Segundo o 11º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura do trigo em Santa Catarina atingiu 93% da área projetada para a safra atual. O percentual indica fase final de implantação, embora a estimativa seja de redução em relação ao ciclo anterior.
De acordo com a Conab, “as condições gerais das lavouras são favoráveis, apesar da escassez de chuvas durante grande parte de julho ter ocasionado efeitos adversos em algumas áreas semeadas, assim como dificuldades de germinação e diminuição do estande”. A estatal informou ainda que o retorno das precipitações no último decêndio de julho contribuiu para a recuperação da umidade do solo.
O levantamento mostra que 84% das lavouras estão na fase de emergência e desenvolvimento inicial, enquanto 16% já alcançaram estágios mais avançados de desenvolvimento vegetativo, incluindo perfilhamento. As temperaturas baixas desde o início do inverno também favoreceram o cultivo, promovendo condições adequadas para os cereais de estação fria. A conclusão da semeadura está prevista para agosto, principalmente nas áreas de maior altitude.
Na região Serrana, 89,9% da área prevista já foi semeada, restando lavouras localizadas no Planalto Serrano, onde o processo ocorre mais tardiamente. No Extremo-Oeste, as lavouras apresentam estágios mais avançados, com parte delas já iniciando o desenvolvimento, perfilhamento e elongação. “A condição das plantas no campo é boa, com desenvolvimento normal”, avaliou a Conab.
O órgão relatou ainda que, no início de julho, “o excesso de umidade e a baixa luminosidade ocasionaram estresse fisiológico nas lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo, limitando o crescimento e inviabilizando tratos culturais como aplicações de herbicidas, Fungicidas e adubação nitrogenada em cobertura”.
A Conab destacou, entretanto, que riscos climáticos ainda preocupam durante o ciclo, como geadas no período de espigamento, excesso de chuvas que favorecem doenças fúngicas como giberela e brusone, além de precipitações intensas na colheita que podem comprometer a qualidade dos grãos. Também há risco de períodos de seca, tanto na germinação e emergência quanto no enchimento dos grãos.
Até o momento, sob o aspecto fitossanitário, “não foram identificados registros significativos de pragas ou doenças capazes de prejudicar a cultura”, informou a Conab. Os tratos culturais seguem de acordo com as recomendações técnicas, incluindo o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes de cobertura.