Não adianta só aumentar a produtividade da soja
Ganhos na lavoura podem ser anulados por perdas no mercado

Na última semana, a TF Agroeconômica orientou produtores a realizarem novas vendas diante da boa margem de lucro. Segundo a consultoria, não adianta aumentar a produtividade, se o agricultor não conseguir ler no momento certo da comercialização.
Nesse contexto, quem seguiu a recomendação conseguiu preservar resultados melhores, já que nesta semana a receita caiu R$ 3,91/saca e a margem de lucro recuou de 21,81% para 17,50%, uma redução de -4,31 pontos percentuais. A empresa reforça que a assessoria de comercialização é tão importante quanto a técnica de produção, já que ganhos na lavoura podem ser anulados por perdas no mercado.
Entre os fatores de alta, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) reduziu sua estimativa para a produção mundial de soja 2025/26 de 430 para 429 milhões de toneladas, enquanto o consumo foi elevado para 431 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, as exportações semanais somaram 923 mil toneladas, dentro do esperado, com destaque para o Egito como principal comprador. Além disso, o USDA informou vendas consistentes de farelo e óleo de soja, e o governo americano deve liberar mais de US$ 40 bilhões em auxílios a agricultores em 2025, o segundo maior valor desde 1933.
Já os fatores de baixa incluem a decepção do mercado com a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, que não trouxe avanços para produtos agrícolas. A pressão sazonal da colheita nos EUA e a ausência de compras chinesas também pesam sobre os preços. No Brasil, a Conab elevou a projeção para a safra 2025/26, estimando 177,67 milhões de toneladas de soja e exportações de 112,12 milhões de toneladas, reforçando a competitividade brasileira, ainda que a demanda da China esteja em desaceleração.