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Como fazer o manejo de grão ardido

Doença causa danos ao grão e riscos à saúde humana e animal com proliferação de micotoxinas


Foto: Marcel Oliveira

Os grãos ardidos no milho trazem muitos problemas, desde alterações em cheiro e paladar e a proliferação de micotoxinas, substâncias tóxicas que podem representar risco a saúde humana e animal e restrições à comercialização de grãos. A perda no enchimento de grãos e a depreciação do produto final são os resultados mais comuns encontrados em lavouras com a presença de doenças de grãos.

A alteração é causada por patógenos que causam doenças na espiga como a podridão branca (Stenocarpella maydis ou S. macrospora); podridão vermelha da ponta da espiga (Giberella zeae) e podridão rosada (Fusarium spp.) O assunto foi discutido em uma live da Pioneer Sementes pelo engenheiro agrônomo da Corteva Agriscience, Arquimedes de Oliveira.

A safrinha de milho representa, hoje, cerca de 74% da área plantada no país, aumentando a cada ano. Nesta safra, de acordo com a Conab, serão 13 milhões de hectares plantados na 2ª safra. Segundo o especialista com janela de plantio mais cedo, com oferta hídrica maior, a tendência é maior produtividade mas a questão fitossanitária, tanto de doenças foliares como do grão, interfere no resultado e o manejo mais direcionado para prevenir o grão ardido se torna mais importante. “O Mapa, por exemplo, classifica a qualidade em grãos 1, 2 e 3, levando em consideração o percentual de grãos ardidos e as empresas trabalham com no máximo 6% de grãos ardidos. Se o produtor tem uma lavoura com mais que isso é prejuízo porque não vai conseguir vender”, destaca Oliveira.

Como manejar
 
A questão climática influencia muito mas algumas medidas podem ser adotadas para minimizar a incidência dos fungos que causam grãos ardidos.  Segundo Oliveira a fase mais crítica do manejo, onde a espiga está mais vulnerável à inoculação dos patógenos,  é a fase do pré-pendoamento até três semanas após. “É a fase em que o estiloestigma está receptivo ao grão de pólen e logo após a polinização o grão começa a ser formado. Esse é o principal ponto pra entender como a planta funciona e como traçar o manejo ideal” aponta.

As estratégias mais comuns são baseadas em uso de fungicidas de forma eficiente e preventiva antes do período vegetativo da planta, podendo associar outros produtos; respeitar a época de plantio do hibrido fugindo do estresse e a tolerância genética da semente. “Em nenhuma dessas ações há sucesso se for de forma isolada. O melhor é o manjo integrado”, define Oliveira.

Outro ponto muito importante é a adubação. O engenheiro agrônomo dá como exemplo uma avaliação feita pela Corteva Agricience a campo. Em m experimento com milho foram utilizados 90kg de potássio e 90kg de nitrogênio por hectare. O resultado da incidência de grãos ardidos baixou de 13% para 2% na lavoura. “Em muitos casos o produtor negligencia o potássio e investe somente em nitrogênio. A planta demanda potássio e se está presente ela tende a blindar com mais facilidade os estresses do ambiente e doenças”, explica.

Uma quinta medida está na rotação de culturas, aumentando a matéria orgânica do solo para baixar os componentes causadores de doença. Os patógenos causadores de grãos ardidos podem sobreviver até 48 meses nos restos culturais. “O problema é maior porque nas safras quase não há rotação e sim sucessão de culturas, o que acaba aumentando a resistência das doenças. A rotação é importante. Com Brachiaria, por exemplo, a cobertura que fica serve de protetora da doença no milho”, finaliza. 


 

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