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Greening: doença de difícil controle nos citros

Greening: doença de difícil controle nos citros



Greening: doença de difícil controle nos citros

Também chamado de huanglongbing (HBL), o greening, é uma doença de difícil controle. Provavelmente é originário da China, e hoje afeta seriamente a produção de citros na Ásia e na África.

# Agente Causal:

É uma bactéria com crescimento limitado ao floema (vasos que distribuem a seiva elaborada), chamada provisoriamente "Candidatus liberibacter spp.". Antes da constatação no Brasil, existiam duas formas de bactérias causadoras do greening: "Candidatus Liberibacter africanus", associado à forma africana da doença, e "Candidatus liberibacter asiaticus" associada à forma asiática.

Propõe-se que a nova forma de greening seja chamada de forma americana e seja atribuída à bactéria "Candidatus liberibacter americanus". A transmissão das formas africana e asiática ocorre por vetores, que são duas espécies de psilídeos: "Trioza erytreae", que ocorre na África; e "Diaphorina citri", que é encontrada na Ásia, África e também nas Américas.

As pesquisas apontam que existem duas formas de greening nos pomares paulistas. A conclusão é baseada nos resultados dos testes realizados pelo Centro APTA Citros "Sylvio Moreira" do IAC, e pelo Fundecitrus, em colaboração com o INRA, da França. As instituições detectaram bactérias distintas nas amostras.

Os pesquisadores do Fundecitrus e do INRA descobriram nas plantas doentes uma bactéria diferente das causadoras das formas asiática e africana do greening, mas que tem mais de 93% de similaridade com essas duas formas conhecidas. A nova bactéria foi batizada de "Candidatus liberibacter americanus". Já o Centro APTA Citros "Sylvio Moreira" constatou em plantas doentes a presença da bactéria "Candidatus liberibacter asiaticus", agente causal da forma asiática do greening.

# Sintomas:

- Nos ramos e folhas:

O sintoma inicial geralmente aparece em um ramo ou galho, que se destaca pela cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados. As folhas apresentam coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares (mosqueadas).

Também é comum a ocorrência de sintomas semelhantes a deficiência de zinco, cálcio e nitrogênio nas folhas dos ramos afetados. Em alguns casos observa-se o engrossamento e clareamento das nervuras da folha, que ficam com aspecto corticoso. Com a evolução da doença, há intensa desfolha dos ramos afetados e os sintomas começam a aparecer em outros ramos da planta, tomando toda a copa, inclusive com o surgimento de seca e morte de ponteiros.

- Nos frutos:

O fruto fica deformado e assimétrico. Cortando-se um fruto afetado no sentido longitudinal, é possível verificar internamente filetes alaranjados que partem da região de inserção com o pedúnculo (haste que segura o fruto). A parte branca da casca, em alguns casos, apresenta um espessura maior que o normal.

Também ocorre redução no tamanho dos frutos e intensa queda. É comum a ocorrência de sementes abordadas. O fruto pode apresentar internamente diferença de maturação nas diferentes partes, ou seja, ter um dos lados maduro (amarelo) e o outro ainda verde.

Na casca podem aparecer pequenas manchas circulares verde-claras que contrastam com o verde normal do fruto.

# Transmissão:

Os pesquisadores acreditam que no Estado de São Paulo a doença seja transmitida por um vetor, o "Diaphorina citri", um pequeno inseto que mede de 3 a 4 mm e que é comum nos pomares brasileiro e na planta ornamental conhecida como falsa murta ("Murraya paniculata").

A hipótese é baseada no que ocorre com o greening nos países asiáticos, região em que a doença é transmitida pelo mesmo inseto. A transmissão pode ocorre por borbulhas contaminadas. Mudas contaminadas também dissemina a doença.

# Controle:

As pesquisas ainda estão no início, mas já é possível fazer algumas recomendações de controle, embora não se saiba como será o comportamento da nova doença no Brasil. As recomendações são baseadas nas duas formas de greening - asiática e africana - conhecidas em outros países.

As indicações se baseiam em três medidas de controle:

- O primeiro passo é adquirir mudas sadias, produzidas em viveiros protegidos, que seguem a legislação fitossanitária;

- Eliminar as plantas doentes assim que apresentem os primeiros sintomas, para que não sirvam de fonte de contaminação para outras plantas da mesma propriedade e dos vizinhos;

- Fazer o controle químico do vetor com a aplicação de inseticidas.

Não existe nenhuma variedade de copa ou porta-enxerto resistente à doença.

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