Manejo de doenças causadas por Fusarium spp. no maracujazeiro
Manejo de doenças causadas por Fusarium spp. no maracujazeiro
1) Murcha ou fusariose - Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae
É de grande expressão econômica nas regiões com solos arenosos. A doença é transmitida de um pomar para o outro por meio de mudas contaminadas, e, entre plantas, por meio do contato entre raízes e pela água de irrigação.
Sintomas: Folhas passam a ter uma coloração verde-fosca ou verde-amarelada, curva-se o limbo para cima formando canaletas e posteriormente murcham, secam e permanecem aderidas à planta. Cortes na base do caule evidenciam estrias de cor ferruginosa.
A doença não tem controle curativo. São recomendadas as seguintes medidas preventivas:
1. Instalar pomares em solos pouco arenosos e não sujeitos ao encharcamento;
2. Evitar áreas recém desmatadas;
3. Não colocar gotejadores em contato com o pé das plantas (no mínimo 60 cm de distância);
4. Visitar o pomar semanalmente e, caso encontre plantas com sintomas iniciais, isolar o foco eliminando as plantas doentes e as duas sadias mais próximas, no sentido radial (formando um círculo ao redor do foco);
5. A aplicação de 100 mL de uma solução de hidróxido de cobre a 0,3% no vaso com a muda, antes do plantio em campo, e aplicação dessa solução na dosagem de 125 mL/100 litros de água, 30 dias após o plantio pode reduzir a incidência da doença em áreas-foco de plantio comercial, mas não se elimina o patógeno completamente.
2) Fusarium solani – Podridão-do-pé ou podridão-das-raízes
É mais freqüente em solos argilosos e mal drenados. Ao contrário da murcha, a podridão ocorre de maneira esparsa em plantas isoladas. A infecção é favorecida por ferimentos causados durante as capinas e por cupins, formigas ou besouros. A doença pode ocorrer ainda no viveiro.
Sintomas: Na parte aérea são os mesmos da murcha. No entanto, podem ser observadas no coleto rachaduras longitudinais, escurecimento dos tecidos e anelamento parcial ou total. A casca já morta se solta com facilidade.
Medidas de controle:
Mudas:
1) Produzir mudas sadias, não usando solos de áreas onde se cultivou feijão, tomate e/ou amendoim, pois este pode conter inóculo do fungo;
2) Evitar a produção de mudas em recipientes pequenos, com menos de 1 litro de capacidade, para evitar entrelaçamento e posterior quebra das raízes, tornando-as mais vulneráveis à infecção pelo fungo;
3) Evitar o excesso de água durante as regas.
No campo:
1) Evitar o plantio em solos argilosos;
2) Não colocar emissores de irrigação próximos ao pé da planta;
3) Evitar capinas em plantas adultas;
4) Combater pragas como cupins, formigas e lesmas;
OBS: Não existe controle químico satisfatório para ambas as doenças e o uso de porta-enxertos resistentes ainda está em estudo.