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Biológico combate vetor do greening

Fungo auxilia no controle da principal doença da citricultura mundial


Foto: Marcel Oliveira

Já mostramos em outra reportagem que os biológicos crescem em ritmo acelerado. Em 2018 foram registrados 52 defensivos biológicos no Brasil e em 2019 foram comercializados um total de 64 ingredientes ativos.  A técnica é simples: colocar inimigos naturais da praga ou doença que se deseja combater, que atacam vários estágios de vida de seus alvos, auxiliando não só no controle como sendo aliados do meio ambiente.

O controle biológico tem avançado muito nos últimos anos também na cultura de citros, principalmente com o desenvolvimento dos inseticidas microbianos, que podem ser pulverizados intercalados ou consorciados com outros manejos. Um dos principais controles foca no psilídeo (Diaphorina citri). O insetor é vetor do greening, uma das principais doenças da cultura. No Brasil o primeiro caso surgiu em 2004 e , na safra passada, 19% das árvores do cinturão citrícola brasileiro estavam contaminadas, segundo dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
 
Além de empregar manejo químico para controle do psílideo, o produtor também pode fazer uso dos inimigos naturais, com destaque para o fungo Isaria fumosorosea, que parasita e mata o inseto. Com base nesse fungo, foi desenvolvido, em parceria da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), do Fundecitrus e da Koppert, o primeiro bioinseticida para controle do vetor no Brasil. O produto foi lançado em 2018 e tem o nome comercial de Challenger.
 
Outras vantagens do bioinseticida é que não necessita de carência, tem compatibilidade com acaricidas e inseticidas e reduz o risco de seleção dos psilídeos resistentes aos químicos. Segundo pesquisadores envolvidos no processo após o décimo dia de aplicação, nas condições ideais de umidade e temperatura, 80% dos psilídeos morreram.
 
De acordo com o professor doutor Santin Gravena, especialista e consultor na área de citros, para o manejo de insetos e ácaros pragas dos citros, os defensivos microbianos representados pelos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae são os mais utilizados pelos produtores brasileiros. “A Isaria, além do psilídeo, também controla outras pragas como o ácaro da leprose dos citros. Em pesquisa desenvolvida na Fazenda São Geraldo, em São Pedro do Turvo (SP), avaliada a infecção após 5 dias, apresentou 90,5% de eficiência”, explica.
 

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