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Drones reduzem em 50% custos de aplicação na cana

Grande empresa do setor sucroenergético adotou a tecnologia


Foto: Pixabay

A agricultura descobriu os drones e esse mercado não para de crescer. Os números são animadores. Segundo a consultoria Market&Market o mercado global de drones agrícolas deve quadruplicar em cinco anos, saltando de US$ 1,2 bilhão em 2019 para chegar a US$ 4,8 bilhões em 2024. A taxa de crescimento média anual deve superar os 30%.

Os usos já são conhecidos. Vão desde monitoramento remoto, acompanhamento da lavoura, de pragas e doenças, contagem de plantas, monitoramento da irrigação e pulverização de defensivos.

Aplicação na cana teve economia de 82% no insumo

Os principais mercados de drones são a China, Estados Unidos, Japão e Suíça. No Brasil uma startup gaúcha vem se destacando no trabalho de aplicação aérea. A ARPAC alcançou bons resultados na pulverização de cana-de-açúcar.

Em uma parceria com o Pulse, hub de inovação da Raízen, a startup será responsável por aplicar herbicidas nos canaviais da empresa. A pulverização localizada alcançou bons resultados. Os testes para validação da tecnologia, revelaram uma economia operacional de 47% e de insumo de 82%. A economia gera redução de custos, menos uso de produto e menos danos ao meio ambiente.

Os testes começaram no segundo semestre de 2019 e foram divididos em três etapas: na primeira, foi realizada a validação técnica da aplicação em uma área de 16,1 hectares da Raízen na região de Jaú (SP); na segunda, os testes passaram a ser trabalhados em uma área maior, em 200 hectares da companhia, com o objetivo de entender a aplicabilidade da tecnologia em uma escala comercial a fim de medir seu rendimento; já no primeiro semestre deste ano, o piloto chegou a última etapa, sendo utilizado em 2,3 mil hectares de canavial, o que foi possível afirmar sua validação quanto a eficiência, assertividade e redução de insumos. Para os próximos passos, a expectativa é testar a tecnologia em mais 32 mil hectares até o final da safra 2021.

O objetivo das duas empresas é tornar os processos do plantio à colheita mais eficazes. O mapeamento realizado com drones mostrou que as plantas daninhas foram rapidamente localizadas e a área de pulverização reduzida de 21,2 hectares para 9,79 hectares em lavoura produtiva de cana-de-açúcar. "Uma área de aproximadamente 46% de infestação teve economia de 26,5% de produto aplicado, em comparação ao método tradicional realizada por aviões agrícolas", explica Eduardo Goerl, CEO e fundador da ARPAC. 
 
Dessa parceria, além dos drones de pulverização, a ARPAC também já está desenvolvendo um piloto de maturador em cana. “A incorporação de um processo inovador vem apresentando benefícios quanto ao timing de controle de algumas plantas daninhas, agregado a redução de custos", pontua Murilo Bassan, especialista de Operações Agrícolas Corporativo da Raízen.

A expectativa é que a parceria cresça. A Raízen pretende replicar a solução não apenas em áreas comerciais próprias, mas também estender o uso aos seus fornecedores de cana. Com a utilização em uma área maior a economia operacional deve subir, ficando em torno dos 30% e de insumos por volta de 60%. 
 

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