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Governo vai liberar mais verba para leilão de opções de milho


A perspectiva de redução do plantio de milho na próxima safra de verão fez com que o governo decidisse intervir mais no mercado. Serão antecipadas para 16 de junho 387,7 mil toneladas de contratos de opção que venciam em 15 de agosto. Também está em estudo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a liberação de mais recursos para novos leilões de opção. Para estimular o cultivo do grão, no Plano Agrícola e Pecuário 2003/04 será anunciada a liberação de um volume maior de recursos para custeio para o setor e estímulo à armazenagem do grão. Está nos planos do governo federal também incentivar a exportação.

Ontem, em reunião com a cadeia produtiva, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, anunciou a compra, pelo governo, de 670 mil toneladas do grão. O motivo dessa decisão é o fato de o preço de exercício estar superior ao de mercado, estimulando os produtores a venderem o grão para os estoques governamentais. "A retirada desse volume do mercado vai contribuir para dar sustentação ao preço", afirmou.

Tratamento preferencial

A preocupação do governo é quanto ao plantio do grão para a próxima safra. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem), João Lenine, a procura por sementes de milho ainda está baixa. Mas Lenine está certo que o governo poderá estimular plantio. Wedekin disse ainda que no Plano Agrícola e Pecuária 2003/04, o milho terá tratamento preferencial, do ponto de vista de crédito e de outros instrumentos de política agrícola. O secretário afirmou que o grão deverá receber mais recursos que no ano passado, quando o milho respondeu por quase 20% do crédito ofertado pelo governo.

Está nos planos ainda o incentivo à armazenagem na propriedade, visando reduzir a oferta do produto. Segundo Wedekin, no Plano de Safra haverá um programa de financiamento para a construção de armazéns e para a irrigação, denominado Pró-Infra.

Mercado externo

De acordo com Wedekin, outro projeto do governo para ajudar a dar sustentabilidade ao grão no longo prazo é a criação de companhias de comercialização que reuniriam indústria, cooperativas e o governo (com participação minoritária) para, por exemplo, lançar contratos de opção. O governo pretende também estimular a exportação de milho. "O Brasil tem condições de pegar 10% do mercado internacional, que é de 70 milhões de toneladas", disse Wedekin. Para isso, está sendo desenhado um mecanismo financeiro que irá viabilizar as exportações.

Ele acrescentou que a recente alta do dólar está aproximando os preços do milho à paridade de exportação, reaquecendo as vendas externas. Até dia 18, as exportações totalizaram 253 mil toneladas e, desde janeiro, 555 mil toneladas do grão foram exportadas.

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