Os preços futuros do café arábica apresentaram tendência de alta durante o mês de maio, enquanto as cotações do café robusta permaneceram estáveis no período.
A alta das cotações do arábica revela, que mesmo com a perspectiva de registro de geadas nas regiões produtoras do Brasil, o mercado não manifesta forte tendência de recuperação de preços, ainda que a safra brasileira oscile entre 28 milhões e 32 milhões de sacas este ano, um volume 40% menor que a produção do ano passado. Isso porque os elevados estoques nos países consumidores devem inibir a tendência de alta, revela estudo divulgado ontem pelo Instituto de Econômia Agrícola (IEA).
O aumento da oferta de café robusta no mercado internacional nos últimos três meses deve garantir a estabilidade dos preços do produto no curto prazo. Nos últimos doze meses, as cotações do robusta acumularam ganhos de 45,4% na Bolsa de Londres, ao passo que na Bolsa de Nova York, os preços do arábica subiram 28,9% no mesmo período. Já os preços pagos aos produtores acumularam ganhos de 64% nos últimos dozes meses, mas se mantêm inalterados desde outubro de 2002. A insatisfação por parte dos produtores quanto aos preços do café está estimulando uma série de ações que visam elevar a renda líquida da atividade. Entre elas, os leilões de opções realizados pelo governo federal.
Além disso, segundo pesquisadores do IEA, outras políticas estão em maturação, como a utilização de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para aumentar a liquidez da cadeia de produção nos próximos meses. Estima-se que a iniciativa de utilizar recursos do Funcafé possibilite às industrias e exportadores retirarem cerca de 2 milhões de sacas de café do mercado, elevando os preços no mercado interno.
Safra do Vietnã
A Associação Vietnamita do Café e do Cacau informou que pretende reduzir a área de cultivo em 100 mil hectares. A idéia é reduzir a oferta de café robusta, mantendo-a em 10 milhões de sacas por safra. Estimativas indicam que os cafeicultores vietnamitas tenham erradicado entre 10 e 20 mil hectares, ou seja, 3% da área total de cultivo. O produto do Vietnã é um substituto do café brasileiro na composição de blends das torrefadores de países importadores.