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Produção de soja será 7% maior, diz USDA


O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou sua primeira estimativa para a safra brasileira de soja em 2003/04: 56 milhões de toneladas. Esta é a primeira estimativa, dentro e fora do Brasil, para a safra nacional, que começa a ser plantada em outubro. O número representa um crescimento de 6,7% na comparação com o período anterior. A agência também prevê um crescimento de 4,2% da produção argentina, estimada em 37 milhões de toneladas. Juntos, Brasil e Argentina colherão 93 milhões de toneladas, volume que é 18,4% superior à safra americana, de 78,5 milhões de toneladas, e que consolida a posição de liderança da América do Sul na produção da oleaginosa. Pela primeira vez, a produção mundial ultrapassa a casa das 200 milhões de toneladas, totalizando 207,5 milhões de toneladas e estabelecendo um novo recorde.

Os estoques mundiais do grão são estimados em 39,8 milhões de toneladas, 14,1% maiores que os da safra 2002/03. "Os estoques são extremamente confortáveis e trazem um sentimento baixista para o mercado internacional", diz Renato Sayeg, corretor da Tetras.

De olho na supersafra que Brasil, Estados Unidos e Argentina deverão colher, o USDA reduziu em 10 centavos de dólar por bushel sua projeção de preços para a soja em 2003/04, para um valor que vai de 435 centavos a 535 centavos o bushel (US$ 9,59 a US$ 11,79 a saca de 60 quilos). Na safra passada, o preço médio praticado foi de 550 centavos de dólar (US$ 12,12 a saca). "A queda é resultado do aumento dos estoques e da produção", diz Sayeg.

O preço médio do farelo de soja é estimado em US$ 145 a US$ 175 a tonelada curta (US$ 131,54 a US$ 158,76 a tonelada métrica), inferior aos US$ 175 a tonelada curta previstos em 2002/03. Os preços do óleo de soja são projetados de 18 a 21 centavos de dólar por libra-peso (US$ 396,80 a US$ 462,90 a tonelada) em 2003/04, inferior aos 22 centavos (US$ 485,02 a tonelada) praticados em 2002/03, refletindo o aumento significativo dos estoques globais.

A demanda por proteína da China deverá se manter elevada, crescendo 8%. O aumento da produção de oleaginosas do país, no entanto, deve limitar o volume de importações. As compras do mercado internacional são estimadas em 18,5 milhões de toneladas, ou 1,6% maiores que as da safra anterior.

Algodão

A umidade excessiva na época de plantio no sul dos Estados Unidos fez com que os produtores trocassem o algodão por outras culturas, causando uma redução de 3,5% na produção prevista para 2003/04. O USDA estima que a colheita americana seja de 16,6 milhões de fardos, a menor desde 1998. Pelo segundo ano consecutivo os produtores reduzem a área cultivada.

A situação americana deve beneficiar o Brasil, que está colhendo uma safra de 4,25 milhões de fardos, 11,8% maior que a anterior. Grandes produtores investiram na cultura do algodão de olho no mercado de exportação, cada vez mais receptivo ao produto brasileiro.

A China, maior produtor e consumidor mundial, deve colher 27 milhões de fardos em 2003/04, volume 19% maior que o da safra anterior. A demanda chinesa é prevista em 29,7 milhões de fardos, 3,5% maior que a de 2002/03.

Citros

A ocorrência de chuvas contribuiu para aliviar o estresse das árvores e elevou a produção de citros da Flórida, nos Estados Unidos. Segundo o USDA, a safra será de 202,7 milhões de caixas, 0,8% maior que a projetada no mês passado e 1,3% maior que a do ano-safra anterior. A produtividade também foi elevada, passando de 1,52 galões por caixa para 1,54 galões.

Trigo

O USDA elevou sua projeção da safra americana de trigo em razão da ocorrência de clima quente e úmido na região das Grandes Planícies americanas. Com isso, os EUA deverão colher sua maior safra em cinco anos: 62,89 milhões de toneladas, 43% superior à registrada no período anterior.

A recuperação da produção mundial, aliada à queda do consumo, deverá acarretar em recuperação dos estoques mundiais, que estão em níveis muito baixos. A pequena redução da produção da Rússia, Ucrânia e Paquistão foi em parte compensada pelo aumento da área no Canadá, Estados Unidos e África

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