A colheita de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil avança conforme o esperado. As condições climáticas são perfeitas. As usinas deverão quantidade maior de açúcar e menor álcool do que previsto no início da temporada, segundo os analistas. "As previsões apontavam para um ano forte para o álcool, mas os preços desapontaram e as usinas estão optando por produzir mais açúcar", diz Julio Maria Borges, analista-chefe da consultora de açúcar JOB Economia.
Segundo ele, a produção de álcool do Brasil alcançará em torno de 13,5 bilhões de litros, volume 4,9% menor que as previsões iniciais de 14,2 bilhões de litros. A quantidade, no entanto, supera a produção do ano passado de 12,7 bilhões de litros. Enquanto isso, Borges vê a produção de açúcar perto ou acima do nível do ano passado de 22,4 milhões de toneladas. Os preços do álcool despencaram 30% desde o início do ano, enquanto avançava a colheita no Centro-Sul. "Os preços do açúcar também caíram desde o início do ano, mas são mais atraentes que os do álcool", diz Borges.
Ele acrescentou que as grandes usinas têm estocado açúcar e álcool nas últimas semanas para sustentar os preços. "As cotações agora estão em níveis estáveis e podem se recuperar nos próximos meses", diz, acrescentando que um pacote de financiamento de R$ 500 milhões, que será liberado pelo governo nas próximas semanas, também dará sustentação aos preços. "Há demanda para o financiamento, que deu mais segurança aos produtores para começar a estocar o produto", avalia. A produção de cana-de-açúcar será de 350 milhões de toneladas.